O virologista Paulo Paixão considerou, esta terça-feira, que as estimativas do Governo - que apontam que daqui a 15 dias Portugal registe quatro mil novos casos diários - são difíceis de contornar.
Ainda assim, em entrevista à TVI24, o presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia sublinhou que "cabe a cada um de nós evitar que esses números subam por aí acima", considerando que as previsões "a nível internacional apontam para que possa haver um pico em agosto ou até em setembro".
"E isso é que está nas nossas mãos evitar", reiterou, defendendo que a prevenção individual contra a Covid-19, juntamente com a vacinação contra o novo vírus, são a "única forma que temos de desacelerar a pandemia".
Ainda sobre os dados estimados pelo Executivo, Paulo Paixão referiu que quando atingirmos essa duplicação de novos contágios no país, em comparação com os dados epidemiológicos atuais, a "esperança" é de que os números referentes à mortalidade "não subam significativamente":
Recordando que o agravamento da pandemia em Portugal devido à nova variante Delta "era expectável", o virologista referiu ainda que, neste momento, "está a ser feito tudo o que pode ser feito".
"Ou seja, com as vacinas disponíveis temos de vacinar primeiro os grupos de maior risco. Realmente em termos de doença, os mais jovens não são os de maior risco. Agora é verdade que se está ali a formar um nicho. Isso é algo que vamos ter de considerar no futuro. Mas, desviarmos as vacinas para os mais jovens porque estão a transmitir mais quando ainda temos tantas pessoas de risco que não estão completamente vacinadas não seria correto", argumentou.
Portugal somou, nas últimas 24 horas, mais 2.170 novos casos de Covid-19 e uma morte relacionada com a doença, informou, esta terça-feira, a DGS.
De acordo com o relatório semanal sobre a evolução do processo de vacinação contra a Covid-19, também divulgado hoje, dia 6 de julho, 56% da população em Portugal conta já com uma dose da vacina e 36% com ambas as doses requeridas para a vacinação completa.
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