Luís Filipe Vieira chegou, pelas 9h desta sexta-feira, ao Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) de Lisboa, onde será ouvido pelo juiz Carlos Alexandre. Logo depois, chegou o advogado do presidente do Benfica que reiterou que, ontem, o empresário estava "na mais completa serenidade".
Magalhães e Silva continuou sem levantar o 'véu' sobre a estratégia de defesa nesta fase, não revelando se o seu constituinte vai prestar declarações perante o juiz de instrução. "Vou continuar a consultar os autos", disse aos jornalistas.
Para além de Vieira, recorde-se, há mais três detidos no âmbito do processo 'Cartão Vermelho' que serão presentes a juiz e o advogado diz, para já, não saber a ordem das diligências.
Depois de, ontem, ter assegurado que Vieira está convicto de que está inocente, o advogado adiantou hoje que "não está preocupado com os indícios" do processo.
Às 08h49, as carrinhas que transportavam os detidos, acompanhadas por vários elementos da PSP, deram entrada no tribunal, depois de pernoitarem uma segunda noite nas instalações do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, em Moscavide.
O empresário e presidente do Benfica, de 72 anos, foi um dos quatro detidos na quarta-feira numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.
Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos suscetíveis de configurar "crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais".
Para esta investigação foram cumpridos 44 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.
No mesmo processo foram também detidos Tiago Vieira, filho do presidente do Benfica, o agente de futebol Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, conhecido como "o rei dos frangos".
Leia Também: Luís Filipe Vieira diz-se convicto "de que não cometeu nenhum crime"