CPLP. António Monteiro quer aposta na economia e mobilidade

O embaixador António Monteiro, fez hoje um balanço positivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas defendeu avanços na mobilidade, na área económica, de novas formas de financiamento e de aproximação às comunidades lusofalantes.

Notícia

© Reuters

Lusa
13/07/2021 05:00 ‧ 13/07/2021 por Lusa

País

CPLP

 

Pub">

Para o diplomata, que foi um dos impulsionadores da criação da CPLP, há 25 anos, quando foi criada, esta organização continua a fazer "sentido", porque "é válida e importante para os seus membros fundadores, só pelo facto de existir".

"Se houvesse dúvidas sobre essa validade, tantos países quereriam ser observadores associados" da CPLP? -- questionou, referindo-se, assim, às 13 candidaturas, entre as quais estão as dos EUA, Canadá, Índia e Espanha. Candidaturas que irão à aprovação na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da organização, a realizar nos próximos dias 16 e 17, em Luanda.

Caso sejam aprovadas, e tendo em conta que a CPLP já tem hoje 19 observadores associados, a comunidade passará a contar com um total de 32 países e organizações com aquele estatuto.

Porém, na opinião do atual presidente da Fundação Millennium BCP, "os tempos e as circunstâncias em que vivemos impõem agora à comunidade avançar em áreas, que até aqui mereceram menos atenção", como "a parte económica e a parte da mobilidade".

Além disso, o também antigo ministro português dos Negócios Estrangeiros considerou que a CPLP precisa de procurar novas formas de financiamento, para uma cooperação multilateral mais eficaz.

Em entrevista à Lusa, a propósito dos 25 anos da CPLP, que se celebram no próximo dia 17, o embaixador, que ao longo da carreira, assumiu vários cargos nas Nações Unidas disse que a cooperação naquela organização "continua a desenrolar-se mais ao nível bilateral do que multilateral".

E na sua opinião só há uma explicação para isso: "a CPLP tem desde o início um problema, que é a questão financeira". Porque a sua "sustentabilidade vem apenas das dotações dos Estados-membros", realçou.

Neste cenário, António Monteiro defendeu a criação de "parcerias efetivas no trio da CPLP, que favoreçam todos os países".

Para António Monteiro, faz ainda falta à organização uma ligação maior ao Fórum Macau, entidade que tem como missão reforçar o intercâmbio económico e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, e às comunidades de língua portuguesa espalhadas pelo mundo.

Num balanço sobre os 25 anos da CPLP, o embaixador considerou que o principal ganho foi a "entreajuda" entre os seus Estados-membros.

"Nós temos de dizer que o principal ganho da comunidade foi a entreajuda, que imediatamente se estabeleceu. Ajuda a resolver problemas de cada um de nós", o que "se traduziu muito numa cooperação política e diplomática ativa", lembrou.

Quanto ao português, a língua de todos, que cimentou a comunidade, é "já hoje", para o diplomata "uma língua em expansão", basta olhar para as previsões de crescimento demográfico de Angola e Moçambique e perceber com o que o Brasil já contribui.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os Estados-membros da CPLP.

Leia Também: CPLP. António Monteiro pede ajuda concreta a Moçambique

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas