Marcelo Rebelo de Sousa assumiu esta sua convicção em declarações aos jornalistas, pouco depois de chegar a Luanda para participar na Cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), após ser questionado sobre um aparente afastamento do Brasil em relação a esta organização internacional.
Na cimeira de Luanda da CPLP, o Brasil vai fazer-se representar pelo vice-presidente, o general Hamilton Mourão, de 67 anos, substituindo o chefe de Estado, Jair Bolsonaro, que está com problemas graves de saúde.
No entanto, o Presidente da República considerou que não é verdadeira essa ideia de afastamento do Brasil em relação à CPLP, dando como exemplo as participações do anterior chefe de Estado brasileiro, Michel Temer, que esteve nas cimeiras de Brasília e de Cabo Verde.
"Para esta cimeira, em Luanda, vem o vice-Presidente, uma personalidade particularmente forte na estrutura institucional brasileira. São públicos e notórios os problemas de saúde do Presidente brasileiro", respondeu.
Tendo ao seu lado o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, Marcelo Rebelo referiu-se aos resultados de um recente encontro com o ministro das Relações Exteriores do Brasil.
"Fiquei com a ideia de que o Brasil está numa onda de maior aposta na CPLP e não na onda que tradicionalmente se dizia, a qual passaria por olhar para esta realidade de uma maneira bilateral. Não, a minha convicção é que o Brasil acompanha esta passo multilateral: fazer-se o que se tem a fazer em conjunto", sustentou.
Questionado sobre o facto de a Guiné Equatorial, país membro da CPLP, continuar a manter no seu ordenamento jurídico a pena de morte, Marcelo Rebelo de Sousa disse que se conhece a posição portuguesa sobre essa matéria.
"Consideramos que há princípios importantes e mesmo estruturantes. Somos muito determinados na persuasão de que é preciso que os outros pares irmãos compreendam esses princípios e acabem por admitir que devem aplicá-los", afirmou.
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