Vacinas mRNA registam "elevada efetividade" na população acima dos 65
As vacinas que utilizam o mecanismo mRNA (Pfizer e Moderna) apresentam uma "elevada efetividade" nas pessoas com mais de 65 anos, segundo um estudo hoje apresentado pela investigadora Ausenda Machado, do Instituto de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).
© Paul Hennessy/NurPhoto via Getty Images
País Covid-19
"Os resultados sugerem uma elevada efetividade da vacina mRNA na população com 65 ou mais anos, 14 dias após a segunda dose", afirmou a perita do INSA na reunião do Infarmed, em Lisboa, que, dois meses depois, volta a juntar especialistas, membros do Governo, Presidente da Assembleia da República e Presidente da República para análise da situação epidemiológica da covid-19 em Portugal.
"Não se verificou um decaimento da efetividade ao longo do tempo", continuou Ausenda Machado, que salientou ainda uma diminuição de 85% no número de internamentos na população com idade superior a 80 anos. Por outro lado, não deixou de admitir que face ao atual aumento da incidência "é normal que o número de casos também aumente na população vacinada" contra a doença.
De acordo com o estudo apresentado pela especialista do INSA, a efetividade das vacinas mRNA para as pessoas entre os 65 e os 79 anos com apenas uma dose é de 37% e de 35% em relação à população acima dos 80 anos. Com as duas doses de vacina e o período de 14 dias após a segunda toma, a efetividade sobe para os 78% na faixa etária 65-79 anos e para 68% entre as pessoas com idade superior a 80 anos.
A monitorização das vacinas ao longo do tempo indicou que a efetividade nas pessoas entre os 65 e os 79 anos contra infeção sintomática é de 89% nos 14 a 27 dias após a segunda dose e permanece de forma consistente em torno dos "80% até pelo menos 42 dias".
Já em relação aos maiores de 80 anos, a efetividade nos 14 a 27 dias depois da segunda dose é de 70%, mantendo-se nessa ordem até pelo menos 42 dias após o esquema vacinal completo.
Por fim, Ausenda Machado notou que a ausência de indicadores na população com menos de 65 anos se deveu à pouca expressão da cobertura vacinal à data da realização do estudo, advogando que esta monitorização da efetividade é para continuar no futuro.
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