"O que fizermos agora poderá ter um grande impacto no outono/inverno"

Defensora do alívio de restrições "com segurança", a especialista Raquel Duarte alertou que é importante reduzir a transmissão do vírus na comunidade e que o período de férias é uma "grande ameaça". Nesse sentido, reforçou que, apesar de estarmos a atingir o pico da quarta vaga e de estar na altura de se começar a aliviar medidas, é preciso manter as regras básicas para conter o contágio pelo SARS-CoV-2.

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© Horacio Villalobos/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto
27/07/2021 22:22 ‧ 27/07/2021 por Notícias ao Minuto

País

Pandemia

A especialista Raquel Duarte considerou esta terça-feira, em entrevista à SIC Notícias, que "é importante reduzir a transmissão do vírus", porque circulando, "corremos o risco de ter novas variantes", alertando que a época de férias "é uma grande ameaça". "Temos uma grande mobilidade da população e uma grande possibilidade de interação com pessoas diferentes fora da nossa bolha social e familiar e podemos estar a criar sementeira para o outono/inverno", declarou. 

Nesse sentido, a pneumologista alertou que "aquilo  que fizermos agora poderá ter um grande impacto no outono/inverno"

Raquel Duarte, que esteve hoje presente na sessão no Infarmed, esclareceu que a proposta dos especialistas sobre o alívio das restrições "permite avançar para a normalidade com segurança", aliando a segurança da taxa de vacinação com as medidas gerais, nomeadamente a ventilação de espaços interiores, a utilização do certificado de vacinação, o distanciamento social e o uso de máscara em espaços interiores. "Essas medidas devem ser mantidas como rotina para cortar a cadeia de transmissão na comunidade", disse. 

Questionada sobre se a perceção social do que hoje foi apresentado no Infarmed,  no sentido da abertura do país e de alívio das restrições, levará a população a um relaxamento, a especialista respondeu que 'não' e lembrou as regras que terão de continuar a fazer parte do dia a dia da população. 

"Insistimos mesmo na necessidade de manter a distância, o uso da máscara em ambientes fechados, evitar a todo o custo eventos de grandes aglomerações. Essas regras vão ter de ser mantidas nos próximos tempos", reforçou, explicando que "podemos abrir a sociedade a uma normalidade - aumentar a atividade económica, de lazer, cultural e desportiva - mantendo esses cuidados"

Sobre se as medidas de alívio hoje propostas não poderiam ter sido apresentadas há duas semanas, por exemplo, a pneumologista disse que "não só a vacinação não o permitia, como os números [de infeção] também não".

Raquel Duarte recordou que, há duas semanas, o país registava uma tendência de crescimento da  transmissão e que nesta altura "estamos a atingir o pico". "Estamos numa fase ideal" para podermos a ter uma redução das medidas restritivas "com segurança".

A percentagem de população vacinada já dá alguma segurança, disse, alertando, no entanto, que ainda estamos longe da imunidade de grupo e que a vacinação só tem o máximo da eficácia com as duas tomas.

De sublinhar que o Governo está a preparar os próximos passos no processo de abertura do país, procurando obter o máximo possível de informação científica sobre a evolução da Covid-19 antes de decidir, disse hoje o primeiro-ministro.

António Costa destacou esta linha de atuação do seu executivo através de uma mensagem que publicou na sua conta oficial na rede social Twitter, após ter participado na após a 22.ª sessão sobre a evolução da Covid-19 em Portugal, no Infarmed, em Lisboa.

"Reunimos hoje no Infarmed, ouvindo especialistas, investigadores e técnicos, numa altura em que o processo de vacinação progride em todo o país com sucesso, e em que os portugueses continuam a ser exemplares no cumprimento das medidas de proteção para conter a pandemia", escreveu o primeiro-ministro.

Na alusão ao Conselho de Ministros desta quinta-feira, o líder do executivo acrescentou: "Preparamos os próximos passos procurando o máximo de informação possível para o processo de tomada de decisão".

Leia Também: AO MINUTO: LVT 'na frente'; Teletrabalho até mais de 85% estar vacinado

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