Em causa estão os dados preliminares relativos aos Censos de 2021, que indicam que, apesar de a AMP ter registado uma descida demográfica média de 1,3% no total dos seus 17 municípios, o concelho de São João da Madeira foi, entre esses, aquele que mais cresceu em termos percentuais: passou de 22.162 habitantes em 2011 para 21.713 residentes uma década depois, o que reflete um aumento populacional de 449 pessoas e 2,1%.
Para o presidente da Câmara de São João da Madeira, Jorge Vultos Sequeira, esses "são indicadores muito positivos, reveladores de que, não obstante a crise demográfica em curso, o concelho cresce em população, reflexo da atratividade e interesse do território".
O município tradicionalmente conhecido pelas indústrias do calçado e da chapelaria contraria também a própria tendência demográfica nacional, já que, a avaliar pelas alterações na generalidade do país, Portugal perdeu 2% da sua população entre 2011 e 2021.
Jorge Vultos Sequeira diz que os dados do INE se revelam "muito estimulantes para o futuro" do concelho, sobretudo tendo em conta que essa autarquia de gestão socialista tem em curso uma "nova política de habitação, (...) que garante ao município um financiamento estatal de seis milhões euros" para aumento da oferta de alojamento local e reforço da sua qualidade.
Numa apresentação online de resultados provisórios dos Censos de 2021, o INE revelou hoje que, na última década, Portugal registou um decréscimo populacional de 2,0% e acentuou o seu padrão de litoralização e de concentração populacional junto à capital.
No contexto nacional, o Alentejo destacou-se como a região sujeita ao decréscimo populacional mais expressivo, enquanto Algarve e Área Metropolitana de Lisboa foram as únicas zonas do país a registar um crescimento demográfico.
Feitas as contas, Portugal tem em 2021 um total de 10.347.892 residentes, o que representa menos 214.286 habitantes do que em 2011. Desses cidadãos, 52% são mulheres -- precisamente, 5.430.098 -- e 48% são homens -- contando-se aí 4.917.794.
A quebra de 2% na população portuguesa deve-se, ainda segundo o INE, a um saldo natural negativo de menos 250.066 pessoas, sendo que a imigração, embora evoluindo favoravelmente, foi insuficiente para inverter essa descida. Em termos censitários, aliás, Portugal já não enfrentava um decréscimo populacional desde a década de 1960.
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