Vacinação? "Queremos acelerar e não temos acelerador para o fazer"

O vice-almirante Gouveia e Melo explicou que Portugal está a fazer esforços para conseguir mais vacinas juntos dos parceiros europeus.

Notícia

© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Filipa Matias Pereira
30/07/2021 15:13 ‧ 30/07/2021 por Filipa Matias Pereira

País

Covid-19

O vice-almirante Gouveia e Melo explicou, esta sexta-feira, que a reserva estratégica de vacinas contra a Covid-19 foi usada "no momento certo, acelerámos ao máximo a vacinação num momento e isso causou outros problemas". Exemplo disso é o facto de "agora querermos acelerar e não termos acelerador para o fazer". 

Em causa está a previsão de, na primeira quinzena de agosto, Portugal receber menos vacinas do que as que estavam previstas. 

À margem de uma Campanha de Apelo à Vacinação, em Lisboa, o responsável explicou que, perante a situação, a Task Force reuniu com o Ministério da Saúde e foram feitos "esforços para, junto dos parceiros europeus, conseguirmos encontrar mais vacinas disponíveis para além das que já estavam negociadas". 

De facto, esta semana, o secretário de Estado adjunto e da Saúde esclareceu que o país recorreu a mecanismos europeus entre Estados, nomeadamente com a Hungria, com a Itália e com a Bulgária" que permitirão a "aquisição de perto de um milhão de vacinas" para colmatar uma eventual carência do imunizante. 

Numa intervenção realizada na reunião no Infarmed, na passada terça-feira, o vice-almirante revelou que Portugal vai "perder cerca de 470 mil vacinas da AstraZeneca porque já não fazem sentido no nosso plano". Ora, sobre o tema, o responsável detalhou hoje que "as vacinas da AstraZeneca já saíram praticamente do plano porque já vacinámos quase todas as pessoas acima dos 60 anos, tirando os recuperados para os quais há alguma reserva".

Gouveia e Melo frisou ainda que Portugal decidiu acelerar a toma das segundas doses desse imunizante (intervalo passou de 12 para oito semanas), sendo que essa foi uma estratégia "que fez sentido". É, pois, "preciso perceber que às vezes podemos ter uma acumulação de vacinas, mas que chegaram desfasadas no tempo, fora do momento em que precisámos delas. Muitas vezes tivemos de recorrer a parceiros estrangeiros para pedir antecipação de vacinas porque naquele momento precisámos delas". 

O que aconteceu, continuou, "foi que, sem olhar a custos, acelerámos o máximo que podíamos o processo vacinação. Se olharem para indicadores internacionais de processos muito idênticos aos nossos, o nosso é de muito sucesso porque fizemos esse esforço".  

Se eu fosse esmagado pelo sentimento de responsabilidade, já estava esmagado há muito tempo

O Governo anunciou ontem que o alívio das medidas de restrição irá decorrer em três fases, que estão intrinsecamente associadas à percentagem de população que as autoridades estimam ter a vacinação completa contra a Covid-19 ao longo dos próximos meses. Questionado sobre se esse facto comporta uma responsabilidade adicional para a Task Force, Gouveia e Melo respondeu de forma perentória: "Se eu fosse esmagado pelo sentimento de responsabilidade, já estava esmagado há muito tempo".

"Todos os dias, quando acordo, pergunto-me o que posso fazer para melhorar. Mais não consigo fazer. Todos os dias a minha equipa faz o mesmo. Estamos totalmente empenhados neste processo e estou convicto, pelos resultados, que temos conseguido fazer alguma coisa de positivo. Vamos continuar assim até ao último dia", vincou. 

Leia Também: AO MINUTO: Portugal fora do vermelho. 'Ok' a maior produção da Moderna

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas