O relatório de monitorização das 'Linhas Vermelhas' para a Covid-19, divulgado esta sexta-feira, sintetiza que a análise dos diferentes indicadores revela "uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de elevada intensidade e tendência estável a decrescente a nível nacional, observando-se, no entanto, uma atividade epidémica crescente na região Norte e Alentejo".
E alerta: "Mesmo que a tendência decrescente se confirme nas próximas semanas, é esperada a continuação do aumento da pressão sobre os cuidados de saúde e da mortalidade nas próximas semanas".
Concretamente, o valor do R(t) - transmissibilidade - apresenta valores inferiores a 1, "indicando uma tendência decrescente da incidência de infeções por SARS-CoV-2, a nível nacional (0,98) e na maioria das regiões do continente", pode ler-se no documento. No entanto, nas regiões Norte e Alentejo, o R(t) ainda se mantém acima de 1, "mantendo a tendência crescente nestas duas regiões".
Quanto à incidência, o número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 , por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 420 casos, com "tendência estável a decrescente a nível nacional".
O limiar de 240 casos/100 mil habitantes na taxa de incidência acumulada a 14 dias já foi ultrapassado a nível nacional e nas regiões Norte, LVT, Alentejo e Algarve. O Algarve apresenta agora uma taxa de incidência acumulada a 14 dias de 869 casos por 100 mil habitantes.
De recordar, a este propósito, que foi decidido ontem pelo Governo que o nível de risco na matriz de monitorização da pandemia de Covid-19 passa a fixar-se em 480 casos por 100 mil habitantes a 14 dias em vez dos atuais 240.
Relativamente ao número diário de casos de Covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente, a tendência revelou-se crescente, correspondendo a 82% (na semana passada foi de 70%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas. O maior número de internados observa-se atualmente na região de LVT, onde foi ultrapassado o limiar crítico regional definido, aponta o relatório.
A nível nacional, a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 4,7% (na semana passada foi de 5,2%), valor que se mantém acima do limiar definido de 4% mas que apresenta uma "tendência decrescente".
Por fim, a variante Delta (B.1.617.2), originalmente associada à Índia, é a variante dominante em todas as regiões, com uma frequência relativa de 97,8% dos casos avaliados na semana 28/2021 (12 a 18 de julho) em Portugal (na semana passada esse valor era de 94,8%).
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta quinta-feira três fases no processo "de libertação da sociedade e da economia" das restrições impostas por causa da pandemia, que se estendem entre 1 de agosto e outubro.
As três fases estão associadas à percentagem de população que as autoridades estimam ter a vacinação completa contra a covid-19 em 01 de agosto (57%), 05 de setembro (71%) e outubro (85%).
Continua a ser exigido certificado digital de vacinação ou teste negativo à Covid-19 para viagens por via aérea ou marítima, estabelecimentos turísticos e alojamento local, restaurantes no interior ao fim de semana e feriados, ginásios para aulas de grupo, termas e 'spas', casinos e bingos, eventos culturais, desportivos ou corporativos com mais de 1.000 pessoas (em ambiente aberto) ou 500 pessoas (em ambiente fechado) e casamentos e batizados com mais de 10 pessoas.
Outra das novidades é que a matriz de risco utilizada pelo Governo vai deixar de estar associada às medidas adotadas semanalmente para controlo da pandemia, anunciou o primeiro-ministro, justificando a alteração com a taxa de vacinação.
Leia Também: AO MINUTO: Portugal fora do vermelho. 'Ok' a maior produção da Moderna