O vice-almirante Gouveia e Melo foi recebido entre insultos e vaiado por um grupo de manifestantes anti-vacinação, no centro de vacinação de Odivelas, ao final da noite deste sábado.
Entre os apupos, ouviu-se a palavra "assassino". Em reação, o responsável pela Task Force que coordena o plano de vacinação contra a Covid-19 respondeu: "O negacionismo e o obscurantismo é que são os verdadeiros assassinos. Morreram mais de 18 mil pessoas nesta pandemia. A pandemia é a verdadeira assassina e o obscurantismo pode ajudar a pandemia. Eu estou aqui para esclarecer as pessoas que a pandemia é perigosíssima e não devemos ter medo de ninguém".
Ainda em relação à presença dos manifestantes, o responsável frisou que vivemos numa "democracia e as pessoas têm direito a se manifestarem". Porém, acrescentou, "não devemos ter medo". As pessoas "têm direito às suas opiniões", mas "não têm é o direito a impor a sua opinião aos outros".
E, quando essa "opinião é imposta já de forma violenta, deixa de ser democracia, portanto têm direito à sua opinião, têm direito a falar uns com os outros, não têm direito a empurrar, não têm direito a condicionar as pessoas e, por isso, é que eu entrei ali pela porta principal", sublinhou.
Chegada do vice-almirante Gouveia e Melo ao centro de vacinação de Odivelas.
— João Porfírio (@porfiriojoao1) August 14, 2021
O coordenador da task-force foi interpelado por manifestantes anti-vacinas que o acusaram de ser um “assassino”.
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Num balanço do primeiro dia de vacinação deste grupo etário, Gouveia e Melo avançou que "já se apresentaram mais de 102 mil jovens [este sábado]. Foi um dia muito positivo. Temos cerca de 180 mil agendados [para o fim de semana] e a grande parte já foi vacinada".
"Estes jovens já demonstram maturidade superior ao que está atrás de mim [referindo-se aos manifestantes]. Já se percebeu o que mata. Não é a vacina, é precisamente o contrário, é o vírus. E o vírus, associado ao medo e à ignorância, ainda mata mais", vincou.
À saída, o vice-almirante saiu por onde entrou, pela porta principal, por entre gritos de manifestantes a chamarem-no de assassino repetidamente, ladeado pela Polícia de Segurança Pública (PSP).
Recorde-se que os centros de vacinação de Loures e de Odivelas vão estar abertos até à 1h, este fim-de-semana, e contam com a presença de um DJ, numa altura em que decorre a 'Casa Aberta' para os jovens entre os 16 e os 17 anos. Gouveia e Melo reiterou que esta é uma "iniciativa interessante. Temos de estar abertos a um conjunto destas iniciativas".
O relatório mais recente de vacinação contra a covid-19 da DGS contabiliza 7.330.505 residentes em Portugal (71%) com pelo menos uma dose de vacina administrada e 6.403.987 pessoas (62%) com a vacinação completa.
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