Primeiros refugiados afegãos deverão chegar a Portugal "ainda este mês"

Ministro da Defesa sublinha que milhares de estrangeiros e afegãos que trabalharam com forças estrangeiras têm de ser retirados do país. Primeiros refugiados afegãos deverão chegar a Portugal "ainda este mês".

Notícia

© Pedro Fiúza/NurPhoto via Getty Images

Notícias ao Minuto
19/08/2021 11:31 ‧ 19/08/2021 por Notícias ao Minuto

País

Defesa

Confrontado com a crise que se vive no Afeganistão desde que os talibãs assumiram o poder, João Gomes Cravinho, ministro da Defesa Nacional, defendeu, que, neste momento, o mais importante é conseguir retirar todos os cidadãos que queiram sair do país. 

"Temos de tratar do imediato e o imediato é retirar do Afeganistão todos os estrangeiros que lá estão e querem sair e todos os afegãos que também o queiram ou que trabalharam ao longo dos anos com as forças estrangeiras. Portanto, são bastantes milhares e o fundamental, nos próximos dias, é assegurar que possam sair juntamente com as suas famílias em segurança", considerou o governante. 

Questionado sobre quando deverão chegar os primeiros refugiados afegãos a Portugal, o ministro referiu que ainda não há uma data certa, mas apontou a chegada para "ainda este mês de agosto".

Sobre se o país já se encontra preparado para receber estes refugiados, João Gomes Cravinho sublinhou que, neste momento, está a decorrer um "trabalho muito intenso" para garantir o eficaz acolhimento destes cidadãos. Os trabalhos estão a ser coordenados, adiantou ainda o governante, pelo Ministério da Presidência, envolvendo os Ministérios da Defesa, dos Negócios Estrangeiros e da Administração Interna. 

"Portanto, o Governo está muito coordenado e empenhado nas suas diferentes áreas de atividade e intervenção para podermos receber aqueles que forem definidos [para Portugal]nos próximos dias", acrescentou. 

De acordo com o anúncio feito na quarta-feira por Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, Portugal vai acolher 50 refugiados afegãos para já, numa fase "mais imediata". A prioridade, explicou Santos Silva, é de acolher cidadãos que colaboraram com as forças internacionais e que se sentem mais ameaçados pelos talibãs.

Numa fase posterior, no quadro das mesmas organizações, Portugal, assim como outros Estados-membros, irão acolher um maior número de refugiados: "Há uma obrigação moral da Europa em apoiá-los", reiterou o ministro.

Depois de tomarem 30 de 34 capitais provinciais em apenas dez dias, os talibãs entraram em Cabul no passado domingo, quase sem encontrarem resistência das forças de segurança governamentais, proclamando o fim da guerra e a sua vitória, o que assinalou o seu regresso ao poder no Afeganistão 20 anos após terem sido expulsos pelas forças militares dos Estados Unidos e seus aliados da NATO.

Foi o culminar de uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares estrangeiras, cuja conclusão estava agendada para 31 de agosto.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, considerado o autor moral dos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.

Depois de terem governado o país de 1996 a 2001, impondo uma interpretação radical da 'sharia' (lei islâmica), teme-se que os extremistas voltem a impor um regime de terror, reduzindo a zero ou quase os direitos fundamentais das mulheres e das raparigas, embora estes tenham já assegurado que a "vida, propriedade e honra" vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.

Leia Também: Espanha recebe primeiros 30 afegãos que vão ser acolhidos na UE

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas