Segundo o coordenador regional da Associação para o Planeamento da Família (APF), responsável pela sua materialização, trata-se de "pessoas até aos 30 anos", sendo que a "maioria conseguiu emprego nas plataformas de entregas de alimentos e de transporte de passageiros".
A mesma capacitação possibilitou "ainda a feirantes passar a vender os seus produtos nas redes sociais" e há um "oitavo caso de um jovem que vai fazer formação profissional no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP)", acrescentou o responsável.
Financiado pelo Fundo de Apoio à Estratégia Nacional de Integração das Comunidades Ciganas (FAPE) do Alto Comissariado para as Migrações (ACM), o projeto tem como principal objetivo a inclusão social das pessoas ciganas residentes em Matosinhos, lê-se no comunicado enviado à Lusa.
A APF trabalha "desde 2004 com as pessoas ciganas residentes no Conjunto Habitacional da Biquinha", salientou Nuno Teixeira, acrescentando sobre o projeto, que contou com oito atividades de vária ordem, que a participação atingiu "mais de metade das 245 pessoas residentes".
Na atividade 6, dedicada à "realização de três ações de aproximação ao mercado de trabalho dirigidas a 15 pessoas ciganas desempregadas" e que contou com 22 pessoas inscritas (10 homens e 12 mulheres), foram alcançados "diversos resultados qualitativos", acrescentou o coordenador.
Aquisição de competências de procura ativa de emprego e de formação profissional, elaboração e redação de Curriculum Vitae (CV), carta de apresentação e de candidatura espontânea, aquisição de competências de comunicação com entidades potencialmente empregadoras e aumento de competências relativas à utilização da internet como meio de comunicação compunham a atividade.
Já o momento 4, de "dinamização de um Gabinete de Atendimento Individualizado dirigido a 100 pessoas ciganas", contou com uma "forte adesão" da comunidade cigana da Biquinha, com 120 pessoas inscritas (53 homens e 67 mulheres).
Esta parte do projeto incluiu a promoção do acesso a planeamento familiar como base de educação para a saúde e de promoção de comportamentos protetores relacionados com a saúde sexual e reprodutiva e a gravidez precoce, efetivando a igualdade de género entre homens e mulheres ciganos/as, educação pré-escolar, formação ao longo da vida, diminuir o absentismo e abandono escolar (articulação com os agrupamentos de escolas) e o absentismo às consultas médicas.
Nesta rubrica, contabilizou a APF, registaram-se 5.316 atendimentos, 2.051 sobre saúde, 509 sobre saúde sexual e reprodutiva, 106 sobre habitação, 549 sobre educação/formação, 1.239 sobre segurança social/finanças e 180 sobre IEFP/emprego e 682 sobre outros assuntos.