"Pessoas que contaminam boa informação devem ser chamadas de criminosas"
Quem o diz é o médico Gustavo Carona em reação às manifestações dos negacionistas da Covid-19.
© Global Imagens | Artur Machado
País Covid-19
O médico intensivista do Hospital Pedro Hispano, Gustavo Carona considerou ontem, em declarações na SIC Notícias, que as pessoas que tentam contaminar a “boa informação” são “criminosas”.
“Todas as pessoas que estejam responsáveis por contaminar a boa informação, pela saúde de todos, na minha opinião, devem ser chamados pelo nome de criminosas. A ciência discute-se dentro dela própria. Tudo o que é do espetro político – confinamento, máscaras na rua – acho que é passível de discussão, mas a ciência tem de ser discutida dentro dela própria, não é na opinião pública”, defendeu o profissional de saúde.
Gustavo Carona comentavam a manifestação dos negacionistas da Covid-19, que, no passado sábado, insultaram e cercaram o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, que almoçava num restaurante lisboeta com a mulher.
Sobre o mesmo tema, o presidente da direção da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, Manuel Soares, recordou o caso do juiz negacionista, Rui Fonseca e Castro que, na semana passada, provocou os agentes da PSP, que vigiavam os apoiantes deste, e os membros do Conselho Superior da Magistratura, em Lisboa, onde foi ouvido no âmbito de um processo disciplinar relacionado com o uso de máscaras.
“Ninguém tem de suportar aqueles comportamentos bizarros numa sala de audiências. Portanto, é um juiz, formalmente, juiz, suspenso de funções que tem aqueles comportamentos na rua. Como nós dissemos no comunicado, temos de esperar e confiar que as autoridades usem as competências que têm e sabem atuar. E não há ninguém, com bom senso, que não perceba qual é a solução para este caso”, disse, esclarecendo que a mesma “é sair da magistratura rapidamente”.
Já o advogado especialista em direito penal Paulo Sá e Cunha considera que existe um clima nocivo para quem tem “a ousadia de remar contra a corrente”.
“Há um bocadinho a sensação de quem tem a ousadia de remar contra a corrente, seja no discurso do politicamente correto, seja relativamente a determinados excessos censórios que por aí se veem, quem tem a ousadia de defrontar isso, corre um risco enorme de ser trucidado, precisamente, nas redes sociais. E há correntes de opinião, que estou absolutamente convencido que são minoritárias, mas que têm a capacidade, por uma facilidade de acesso e um predomínio nesse tipo de meios e fóruns, de criar um clima que é nocivo para quem quer que seja que ouse levantar o dedo ou dar uma opinião, argumentou, por sua vez, Sá e Cunha.
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