Papa pede à Igreja que reconheça os erros e peça perdão pelos abusos
O Papa Francisco pediu hoje que a Igreja "reconheça os seus erros" diante dos "comportamentos cruéis" dos abusos de menores e "procure sempre o perdão das vítimas".
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País Religião
A mensagem de Francisco surge num vídeo que dirigiu aos participantes dos 20 países da Europa Central e Oriental na Conferência Internacional sobre a Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis, que terá lugar em Varsóvia, Polónia.
A Conferência Internacional organizada pela Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores, criada pelo Papa Francisco, e a Conferência Episcopal Polaca acontecerá entre domingo e quarta-feira em Varsóvia.
Estarão presentes representantes de bispos e pessoas que trabalham na área de proteção de crianças e jovens em 20 países da Europa Central e Oriental para abordar o tema dos abusos e tentar erradicá-lo da Igreja.
O encontro decorre num país cujo clero informou ter recebido cerca de 800 casos de abuso de menores desde 1990.
"Só enfrentando a verdade destes comportamentos cruéis e procurando humildemente o perdão das vítimas e sobreviventes, a Igreja poderá encontrar o caminho para voltar a ser considerada com confiança um lugar de acolhimento e segurança para os necessitados, explica Francisco.
A conferência, explicou o Papa, servirá "para responder mais adequadamente a este choque gravíssimo que enfrentamos" e frisou - como fez no seu discurso de 2019 quando reuniu as Conferências Episcopais de todo o mundo - que "o bem-estar das vítimas não deve ser deixado de lado em favor da preocupação equívoca pela reputação da Igreja como instituição".
"As nossas expressões de contrição devem-se tornar um caminho concreto de reforma", disse o pontífice, explicando que isso servirá "tanto para prevenir novos abusos quanto para garantir aos outros a confiança de que os esforços levarão a uma mudança real e confiável".
O Papa encorajou os participantes a "ouvir o apelo das vítimas".
"Reconhecer nossos erros e falhas pode nos fazer sentir vulneráveis e frágeis, isso é certo. Mas também pode ser um tempo de graça esplêndida, um tempo de esvaziamento, que abre novos horizontes de amor e serviço recíproco. Se reconhecermos os nossos erros, não teremos nada a temer, pois será o próprio Senhor que nos terá conduzido até aquele ponto", disse.
Por fim, citando uma frase de Abraham Lincoln, 16.º Presidente dos Estados Unidos, acrescentou: "Com malícia para com ninguém e com caridade para com todos".
"Exorto-vos a serem humildes instrumentos do Senhor, ao serviço das vítimas de abusos, vendo-as como companheiras e protagonistas de um futuro comum, aprendendo uns com os outros a ser mais fiéis e resilientes para que, juntos, possamos enfrentar os desafios do futuro", concluiu.
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