Manuel Heitor sublinhou que embora "tendo-se destacado enquanto historiador, sociólogo e crítico de arte", José-Augusto França, que morreu no sábado, aos 98 anos, é "reconhecido pela vastidão de interesses que concretizava nas obras publicadas".
"Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, doutorado em História pela Universidade de Paris IV (Panthón-Sorbonne) com a tese 'Une Ville des Lumières: la Lisbonne de Pombal' e doutorado em Letras com a tese 'Le Romantisme au Portugal', foi professor catedrático na Universidade Nova de Lisboa", onde dirigiu o curso de História de Arte, tendo-se jubilado aos 70 anos, indicou o ministro.
"Autor de estudos pioneiros e essenciais acerca da reconstrução da Baixa Pombalina após o terramoto de 1755, José-Augusto França deixa também obra nas áreas do cinema, artes plásticas, arquitetura e poesia, como por exemplo estudos sobre Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros e Rafael Bordalo Pinheiro", enumerou.
"Foi Presidente da Academia de Belas Artes, Presidente de honra da Associação Internacional dos Críticos de Arte, Diretor do Centro Cultural Português em Paris, fundou a Galeria de Março, editou e dirigiu revistas de Artes e ficou reconhecido pelo rigor metodológico e investigativo que imprimia em cada obra", referiu, acrescentando que, nascido em Tomar, "foi ao Museu Municipal que José-Augusto França doou parte do seu espólio, que integra o Núcleo de Arte Contemporânea".
O historiador, sociólogo e crítico de arte morreu no sábado numa casa de saúde de Jarzé, perto da cidade francesa de Angers, onde se encontrava internado há alguns anos.
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