O jornal britânico Financial Times escreveu, esta terça-feira, sobre o processo português de vacinação contra a Covid-19 e o mérito da Task Force, liderada desde fevereiro pelo vice-almirante Gouveia e Melo, para o sucesso do mesmo.
A publicação começa por recordar as palavras emocionadas de Henrique Gouveia e Melo ao ser ovacionado num centro de vacinação lotado de jovens entre os 12 e os 15 anos que estavam prestes a receber a primeira dose da tão esperada vacina.
“Sinto-me muito contente porque todos os nossos esforços, todos os nossos cansaços, perante o exemplo destes jovens e das suas famílias, tornam-se mais leves”, disse, admitindo estar “emocionado”.
Um dia antes dos aplausos, lembra ainda o Financial Times, “o vice-almirante de barba grisalha, que chefiou a Task Force de Portugal”, tinha sido alvo das acusações e empurrões de um grupo de negacionistas que se manifestavam junto a outro centro de vacinação. Apesar de o acusarem de ser "assassino", Gouveia e Melo reagiu calmamente aos protestos, apenas dizendo que “o verdadeiro assassino é o vírus”.
Tal como relembra o jornal britânico, “este tipo de protestos têm sido pouco comuns” em Portugal, em comparação com outros países .
A população, em geral, tem aderido à vacinação e Gouveia e Melo é apontado como um dos responsáveis pelo nosso país “ter uma das mais altas taxas de vacinação do mundo, ao lado de países como Emirados Árabes Unidos e Singapura”.
Além do papel fundamental do vice-almirante, o Financial Times recorda que também os “profissionais de saúde”, Forças Armadas e autarquias que tiveram um papel importante no sucesso do processo de vacinação, assim como “as memórias da população” sobre o plano de vacinação “usado de forma eficiente” contra o sarampo, poliomielite e outras doenças mortais.
De volta a Gouveia e Melo, que a publicação descreve como o “herói silencioso de Portugal no combate à Covid-19”, é de lembrar que este assumiu o cargo de coordenador da Task Force no dia 3 de fevereiro deste ano, na sequência da demissão de Francisco Ramos, que esteve pouco mais de dois meses à frente da equipa.
Depois de um início nada “auspicioso”, em que se registaram “ultrapassagens nas filas de espera”, o vice-almirante conseguiu, em muito pouco tempo, que os portugueses confiassem no processo de vacinação.
A equipa de Gouveia e Melo, que hoje foi desmobilizada, contou com cerca de 30 “estrategas” da Marinha, Matemática e Medicina.
Ao todo, a Task Force “coordenou 300 centros de vacinação e cinco mil profissionais de saúde que administraram cerca de 154 mil doses da vacina contra a Covid-19 por dia”.
Recorde-se que, esta terça-feira, o vice-almirante Gouveia e Meio confirmou a extinção da Task Force para a vacinação depois de ter anunciado que mais de 84% da população portuguesa está totalmente vacinada contra a Covid-19.
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