A informação foi confirmada à Lusa por uma fonte próxima do processo e ligada à Defesa Nacional.
Henrique Gouveia e Melo assumiu o comando da 'task force' no passado dia 03 de fevereiro, na sequência da demissão do anterior coordenador Francisco Ramos, que esteve pouco mais de dois meses à frente da equipa.
O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, vai propor ao Presidente da República a exoneração do Chefe do Estado-Maior da Armada, confirmaram hoje à Lusa fontes ligadas à Defesa.
De acordo com fontes ligadas à área da Defesa, o atual Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante António Mendes Calado deverá, por proposta do Governo, sair do cargo que ocupa desde 2018.
Os chefes de Estado-Maior dos ramos são nomeados e exonerados pelo Presidente da República, sob proposta do Governo, a qual deve ser precedida da audição, através do ministro da Defesa Nacional, do CEMGFA, prevê a lei orgânica das Forças Armadas.
A Lusa tentou sem êxito obter um comentário do almirante António Mendes Calado.
Esta terça-feira, o coordenador da 'task force' responsável pelo plano de vacinação contra a covid-19 anunciou que esta equipa terminou a sua missão de planificação e gestão logística no contexto da pandemia.
Em declarações prestadas na reunião na sede da 'task force', no Comando Conjunto das Operações Militares, em Oeiras, o líder da equipa -- que recebeu o primeiro-ministro, António Costa, a ministra da Saúde, Marta Temido, e o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho - vincou o êxito da operação de vacinação.
"Estamos em 84 e qualquer coisa de segundas doses. Já podíamos ter atingido os 85% de vacinação completa, mas vamos relembrar algumas pessoas e dentro de semana ou semana e meia, senhor primeiro-ministro, terá os 85%", disse o vice-almirante, confirmando que este é "o último 'briefing'" sobre a pandemia: "Acho que entrego a minha missão, está terminada e agora fica o núcleo a fazer a transição".
O vice-almirante Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo, que desde o ano passado exercia funções de adjunto para o Planeamento do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), esteve desde o início da pandemia a preparar e a planear as ações conjuntas das Forças Armadas no terreno, nos lares de idosos, nas escolas e em apoio às autoridades de saúde.
Henrique Gouveia e Melo, nascido em Moçambique em 1960, ingressou na Escola Naval em setembro 1979 e navegou nos submarinos Albacora, Barracuda e Delfim, exercendo diversas funções operacionais como oficial de guarnição e de comando.
Com formação de base como "submarinista" - foi chefe da Esquadrilha de Submarinos, a qual integrou entre setembro de 1985 e até 1992 -, o vice-almirante tem também vários cursos de especialização, entre os quais de comunicações e de guerra eletrónica, sendo também especialista em informações.
Foi porta-voz da Marinha e, antes de ser chamado para o EMGFA, era, desde janeiro de 2017, Comandante Naval na Marinha e, antes disso, chefe de gabinete do então Chefe de Estado-Maior da Marinha, almirante Macieira Fragoso.
Como comandante naval da Marinha, foi o responsável pelos trabalhos de recuperação pelo seu ramo em Pedrógão Grande, na altura dos fogos, em 2017.
No percurso da sua carreira, Gouveia e Melo foi ainda distinguido com diversas condecorações, como a Ordem Militar de Avis -- Grau Comendador, oito Medalhas Militares de Serviços Distintos, a Medalha de Mérito Militar de 1.ª, 2.ª e 3.ª Classe, a Medalha da Defesa Nacional de 1.ª Classe, a Medalha Militar de Cruz Naval de 3.ª Classe, a Medalha Militar de Comportamento Exemplar -- ouro e, mais recentemente, a Ordem de Mérito Marítimo por parte da Marinha Francesa e a Medalha da Ordem do Mérito Naval -- Grau Grande Oficial, atribuída pela Marinha do Brasil.
A 19 de agosto, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou o vice-almirante Gouveia e Melo com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis pela sua carreira militar.
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