A juíza do processo em que João Rendeiro foi condenado a 10 anos de cadeia mandou, esta quarta-feira, emitir mandados de captura para do ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), avança a SIC Notícias. Os mandados de captura internacionais visam a prisão preventiva.
De lembrar que Rendeiro viajou para Londres este verão e, uma vez lá, saiu para um país fora da Europa, não tendo intenção de regressar a Portugal. O banqueiro foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por crimes de burla qualificada, pena que se junta a outras duas (de 10 e cinco anos) de processos diferentes.
O ex-presidente do Banco Privado Português (BPP) condenado, terça-feira, a prisão efetiva num processo por crimes de burla qualificada, já referiu que não pretende regressar a Portugal por se sentir injustiçado e vai recorrer a instâncias internacionais.
Num artigo publicado no seu blogue Arma Crítica, João Rendeiro revela que já pediu ao advogado para comunicar a decisão à justiça portuguesa e diz que se tornou "bode expiatório de uma vontade de punir os que, afinal, não foram punidos".
"É uma opção difícil, tomada após profunda reflexão. Solicitei aos meus advogados que a comunicassem aos processos e quero por esta via tornar essa decisão pública", escreve.
Rendeiro, que foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por crimes de burla qualificada, lembra que já num outro processo em que tinha sido condenado a pena suspensa por falsificação de documentos e falsidade informática, o Tribunal da Relação acabou por tomar uma "decisão inesperada" ao reverter a pena para oito anos de prisão efetiva.
No texto hoje divulgado no blogue Arma Crítica, Rendeiro diz que se sente injustiçado pela justiça portuguesa e que vai tentar que "as instâncias internacionais avaliem o modo como tudo se passou".
Colapso do Banco Privado Português
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, verificou-se em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa. Apesar da sua pequena dimensão, teve importantes repercussões devido a potenciais efeitos de contágio ao restante sistema quando se vivia uma crise financeira.
Na vertente judicial, vários gestores do BPP têm sido condenados pelos tribunais e com penas pesadas, destacando-se o presidente João Rendeiro.
Em maio deste ano, o tribunal condenou Rendeiro a 10 anos de prisão efetiva. Foram ainda condenados Salvador Fezas Vital a nove anos e seis meses de prisão, Paulo Guichard a também nove anos e seis meses de prisão e Fernando Lima a seis anos de prisão.
As condenações foram pelos crimes de fraude fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais e resultam de um processo extraído do primeiro megaprocesso de falsificação de documentos e falsidade informática.
Já anteriormente, em outro processo também relacionado com o BPP, Rendeiro tinha sido condenado a cinco anos e oito meses de prisão efetiva.
[Notícia atualizada às 15h39]
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