O sucesso do programa de vacinação contra a Covid-19 em Portugal 'passou' o oceano Atlântico e foi notícia nos Estados Unidos. Numa peça esta sexta-feira publicada, o The Washington Post descreve: "Portugal está quase sem gente para vacinar".
"A campanha de vacinação em Portugal está quase no fim e excedeu as metas mais impensáveis. Quase uma nação inteira confia na ciência, dizem as autoridades", pode ler-se. A publicação destaca também que pelos centros de imunização estão "a passar os últimos adolescentes", numa fase em que quase 85% da população já tem o processo vacinal completo.
Em seguida, o The Washington Post traça um retrato da pandemia em Portugal na atualidade - "todos os indicadores da gravidade da pandemia apresentam uma tendência decrescente" - e destaca Lisboa como uma cidade "triunfante", de "música e festa", em que o "trânsito está de volta ao normal, à medida a que as pessoas regressam ao ritmo das viagens para o trabalho".
Na peça, em destaque no site, o jornal escreve ainda que, no nosso país, as crianças com menos de 12 anos ainda não são vacinadas e que a imunidade de grupo permanece "uma miragem". "Os cálculos diários sobre o risco permanecem, mesmo sem grandes grupos de pessoas não vacinadas para 'culpar'".
O levantamento de medidas que entra em vigor esta sexta-feira é descrito com a ressalva de que "algumas precauções irão manter-se". "O uso de máscaras em ambientes fechados ainda será obrigatório. Os certificados digitais continuarão a ser necessários para viagens e eventos com multidões", assevera.
Uma palavra sobre Gouveia e Melo
O coordenador da Task Force para a vacinação tem também um 'lugar especial' neste retrato português feito além fronteiras. "A campanha [de vacinação] estava aos 'tropeções' até que Gouveia e Melo assumiu [a função] e exigiu que as coisas fossem feitas à sua maneira: traçou uma estratégia de grandes centros de vacinação e declarações públicas claras", vinca-se.
O vice-almirante tornou-se numa "voz irreplicável". Um "submarinista de 1,80 metros" que passou a ficar "obcecado pelas métricas da vacina as entregas, a eficiência e a mortalidade em declínio". As mensagens, replica o The Washingon Post, eram passadas com o coordenador "vestido com uniformes militares para transmitir a sensação de uma guerra."
De recordar que Portugal continental avança hoje para a última etapa de levantamento das medidas impostas para controlar a pandemia, um plano que dependeu do ritmo da vacinação. Restaurantes e lojas passam a não ter limitação do número de clientes e os bares e discotecas reabrem.
Portugal has nearly run out of people to vaccinate. What comes next?https://t.co/LVXxEou6BH
— The Washington Post (@washingtonpost) October 1, 2021
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