O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) confirmou, esta sexta-feira, que a neblina que se tem registado nos últimos dias nos Açores está relacionada com a erupção do vulcão em La Palma, nas Canárias.
"Na sequência da erupção do vulcão de Cumbre Vieja, desde o passado dia 19 de setembro de 2021, têm sido emitidos gases e partículas para a atmosfera os quais são transportadas a longas distâncias. De acordo com os resultados das previsões do serviço de monitorização atmosférica do programa Copernicus (CAMS), algumas dessas partículas terão chegado ao arquipélago dos Açores sob a forma de aerossol sulfato", algo já confirmado, segundo o IPMA, "pela análise de trajetórias retrógradas do modelo americano HYSPLIT (GFS)".
Desde o passado dia 29 de setembro, as observações do IPMA confirmam uma redução significativa da visibilidade horizontal por esta partículas nos grupos Central e Oriental dos Açores, que deverão encontrar-se principalmente numa camada abaixo dos 800 m de altitude.
A elevada humidade relativa nesta região terá acentuado este efeito, aumentando o tamanho das partículas e diminuindo o seu índice de refração.
De momento não existem medidas da concentração destas partículas, mas as previsões apontam para concentrações específicas entre 0.8 e 10 µg/kg.
O IPMA acompanha de perto a evolução da situação. Entretanto, divulgou um vídeo que mostra a neblina provocada pelo Cumbre Vieja no arqupélago dos Açores.
Recorde-se que o aerossol sulfato resulta da reação em fase líquida do dióxido de enxofre com a água, constituindo pequenas partículas líquidas, que servem de núcleos de condensação e podem ser transportadas pelo vento. Essas partículas possuem também propriedades óticas que contribuem para uma maior dispersão da luz e, consequentemente, provocam uma redução da visibilidade.
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