Faltam 15 quadros na coleção de obras de arte apreendidas a João Rendeiro e dois não correspondem à descrição feita na altura da apreensão, em 2010, avança esta quinta-feira a TVI.
A juíza Tânia Loureiro Gomes mandou retirar da casa do ex-banqueiro a coleção de obras de arte apreendidas, que deveria ter ao todo 124 quadros.
De acordo com a estação de Queluz, há obras que, ainda que correspondendo à descrição feita na altura da apreensão, poderão ter sido falsificadas, uma informação que já tinha sido avançada ontem pela SIC Notícias.
As obras de arte foram apreendidas em 2010 para garantir o pagamento de indemnizações aos lesados do BPP, sendo a fiel depositária da coleção Maria de Jesus Rendeiro, a mulher do ex-banqueiro.
A PJ deslocou-se na passada segunda-feira à mansão de João Rendeiro, na Quinta Patiño, um condomínio de luxo localizado em Cascais, com o objetivo de verificar uma coleção de arte apreendida há 10 anos.
"Foi constatada a forte suspeita de existirem objetos que, apesar de aparentarem corresponder aos que foram apreendidos, poderão não ser os originais", pode ler-se no despacho judicial.
Recorde-se que o ex-presidente do Banco Privado Português condenado pela justiça a cumprir pena de prisão terá abandonado território britânico num jato privado e encontra-se em fuga, dizendo que não pretende regressar a Portugal por se sentir injustiçado.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, verificou-se em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa. Apesar da pequena dimensão do BPP, o caso teve importantes repercussões devido a potenciais efeitos de contágio ao restante sistema quando se vivia uma crise financeira.
[Notícia atualizada às 11h56]
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