"No mês de agosto verificou-se agravamento na evolução dos indicadores, com um crescimento de 42,5% nas vítimas mortais, em contraste com as reduções dos dois meses anteriores, e aumentos de 9,1% no número de acidentes, de 2,4% nos feridos graves e de 11,6% nos feridos leves, face a agosto de 2020", avança o relatório de sinistralidade e fiscalização rodoviária de agosto de 2021.
Segundo o documento, em agosto registaram-se 2.996 acidentes rodoviários nas estradas portuguesas, que provocaram 57 mortos, 217 feridos graves e 3.644 feridos ligeiros.
A ANSR refere que a evolução das vítimas mortais em agosto reflete "em grande medida o efeito de agosto de 2020, já que os valores de agosto de 2018 e 2019 tinham sido 55 e 54, respetivamente, ou seja, da mesma ordem de grandeza".
A Segurança Rodoviária ressalva que em agosto entrou em vigor um novo regime de desconfinamento, com eliminação de limitações à circulação na via pública, fim da obrigatoriedade do teletrabalho e o retomar de atividades encerradas até então.
O relatório indica que, entre janeiro e agosto, registaram-se 17.668 acidentes com vítimas no continente, dos quais resultaram 242 vítimas mortais, 1.261 feridos graves e 20.630 feridos leves.
A ANSR avança que as vítimas mortais diminuíram 5,5% (menos 14) em relação ao período homólogo de 2020, mas os acidentes com vítimas aumentaram 3,7% (mais 629), os feridos graves subiram 4,6% (mais 55) e os feridos ligeiros subiram 4% (mais 784).
O número de acidentes nas estradas tem registado um aumento mensalmente desde março, quando comparado com o mesmo mês de 2020.
No entanto, o relatório precisa que "se compararmos com a média destes oito meses dos anteriores cinco anos (2016 a 2020), verificaram-se reduções nos totais de todos os principais indicadores: -16,3% nos acidentes, -19,9% nas vítimas mortais, -8,9% nos feridos graves e -19,1% nos feridos leves".
A ANSR dá também conta que a colisão foi a natureza de acidente mais frequente (53,5% dos acidentes) apesar de estar na origem de 40,9% das vítimas mortais, enquanto os despistes, que representaram 35,3% do total dos desastres, corresponderam a 46,7% das vítimas mortais e a 42,7% dos feridos graves.
Quanto ao tipo de via, verificou-se que nos arruamentos (64,5% dos acidentes), as vítimas mortais e os feridos graves aumentaram 9,3%, e 8,3% respetivamente.
O documento frisa igualmente que as estradas nacionais, onde ocorreram 18,2% dos acidentes, verificou-se uma diminuição de 14,5% nas vítimas mortais, sublinhando que 71,9% das pessoas que morreram em acidentes são condutores, enquanto passageiros e peões corresponderam ambos a 14%.
Segundo o relatório, os condutores que morreram em acidentes aumentaram 3% até agosto deste ano em relação ao mesmo mês de 2020, enquanto os passageiros e os peões diminuíram 22,7%.
Em relação à categoria de veículo interveniente nos acidentes, os automóveis ligeiros corresponderam a 70,4% do total, com um aumento de 4,9% relativamente ao período homólogo de 2020, mas as maiores subidas este ano envolveram desastres com motas (mais 4,8% face a 2020) e bicicletas (+21,9%).
O documento indica ainda que, entre janeiro e agosto, 42,6% do número de vítimas mortais registou-se na rede rodoviária sob responsabilidade de três gestores de infraestruturas, designadamente Infraestruturas de Portugal (peso de 35,5% no total), Brisa (4,5%) e município de Torres Vedras (2,5%).
O relatório refere ainda que até agosto os acidentes aumentaram em 13 dos 18 distritos, sendo a subida mais acentuadamente em Beja (+14,9%), Bragança (+14,4%) e Leiria (+10,5%), enquanto o número de vítimas mortais aumentou em oito, particularmente em Braga e Setúbal, cada qual com mais seis mortos.
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