Maria de Jesus Rendeiro vai ficar em prisão domiciliária com pulseira eletrónica, determinou esta quinta-feira o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa.
A mulher do ex-presidente do Banco Português Privado (BPP) fica ainda proibida de contactar com o presidente da ANTRAL, Florêncio de Almeida e com o filho, Florêncio Plácido.
A juíza de instrução aplicou uma das medidas de coação mais gravosas por considerar que havia perigo de fuga, perigo de perturbação do inquérito - nomeadamente para a aquisição, conservação e veracidade da prova -, e ainda o perigo de continuação da atividade criminosa.
Maria de Jesus Rendeiro está indiciada pelos crimes de desobediência, descaminho, branqueamento de capitais e de falsificação de documento.
O interrogatório à mulher de João Rendeiro começou cerca das 16 horas e terminou pelas 19h40, de acordo com a TVI.
Maria de Jesus Rendeiro foi detida no âmbito da operação D'Arte Asas dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal e executada pela Polícia Judiciária.
A mulher de João Rendeiro era fiel depositária dos quadros arrestados ao ex-banqueiro, considerando o tribunal que esta sabia das falsificações e do desvio das obras.
O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) João Rendeiro, condenado no final de setembro a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, está em parte incerta após ter fugido à justiça.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.
O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como processos relacionados com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.
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