A diretora-geral da Saúde defendeu, este domingo, que, para que tenhamos um Natal normal, as pessoas têm de perceber que a 3.º dose da vacina contra a Covid-19 - a designada dose de reforço - é essencial.
O apelo foi feito durante uma entrevista ao Jornal da Tarde, da SIC, após ser questionada sobre se está preocupada com o atual aumento do número de casos de Covid-19 na Europa, incluindo em Portugal.
Graça Freitas começou por dizer que está tranquila dado que apesar de um aumento de casos, não se verifica uma maior gravidade da doença.
"Não podemos deixar de estar vigilantes", afirmou, considerando que "o aumento do numero de casos é muito moderado e a gravidade da doença não é grande". E existe um motivo para isso: "Temos uma coisa que trava a evolução [da doença] que é a elevadíssima taxa de vacinação", atirou, apelando a todos os que estejam elegíveis para a dose de reforço, que não deixem de se vacinar.
A responsável deixa ainda um alerta. "Não podemos perder o que conquistámos. Aliás, isto nem sequer está em questão. Se percebermos que há uma perda da imunidade, temos que nos antecipar e é isso que fizemos ao dar a dose de reforço. Tem de ser feita. Não podemos recuar na proteção que conseguimos. A pandemia não acabou", reforçou.
O aviso ganha maior importância numa altura em que o Natal está a chegar e já se teme que pode voltar a haver restrições nas festividades. Graça Freitas afirma que o Natal "será o normal dentro do possível". Para que isso seja possível, refere que até lá pretende que os "1,5 milhões de pessoas que estão elegíveis para a dose de reforço, sejam vacinadas".
Entretanto, relativamente à vacina da Gripe, que está a ser administrada em conjunto com a dose de reforço da vacina contra a Covid-19, a diretora geral da Saúde considerou que "para entrarmos neste inverno bem temos que levar duas vacinas".
Contudo, explicou, uma pessoa que esteja elegível para a vacina da gripe mas que ainda não possa tomar a vacina contra a Covid-19, não precisa de esperar por esta última. "Uma vacina não empata a outra", disse, revelando que a administração da vacina contra a gripe vai ser intensificada, dado que o país recebeu um novo fornecimento de doses.
Confrontada também com criticas que indicam que a saída do vice-almirante Gouveia e Melo pode ter impacto no sucesso do plano de vacinação, Graça Freitas disse "não concordar com a ideia" e recordou que "no ano passado, o SNS com os seus centros, as suas enfermeiras, os seus médicos e a sua coordenação entre administrações regionais de Saúde administrou 2,2 milhões de dose da vacina e conseguiu 75% de cobertura vacinal. É uma das maiores do mundo".
Sobre a falta de uma cara associada à campanha, a especialista atirou: "Vão ter que se habituar ao meu rosto".
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