Igreja Católica vai investigar histórico de abusos sexuais em Portugal
Anúncio foi feito pela Conferência Episcopal Portuguesa, que "manifestou ainda um voto de confiança à generalidade do clero português".
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País Igreja Católica
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou, esta quinta-feira, que vai criar uma comissão para investigar a questão de eventuais abusos sexuais em Portugal na Igreja Católica.
No comunicado final da 201.ª Assembleia Plenária, a CEP revelou que "refletiu sobre a proteção de menores e adultos vulneráveis nos âmbitos eclesiais e na sociedade no seu todo. A Igreja continua a enfrentar esta questão com seriedade, quer quanto ao apoio e acolhimento das vítimas, quer quanto à prevenção e formação".
E mais: "Reconhecendo o trabalho das comissões diocesanas, constituídas especialmente por leigos qualificados em várias áreas como o Direito, a Psiquiatria e a Psicologia, a Assembleia decidiu criar uma comissão nacional para reforçar e alargar o atendimento dos casos e o respetivo acompanhamento a nível civil e canónico e fazer o estudo em ordem ao apuramento histórico desta grave questão. Nesse sentido, é constituído um ponto de escuta permanente a nível nacional".
A Assembleia da Conferência Episcopal "manifestou ainda um voto de confiança à generalidade do clero português que, com toda a disponibilidade e dedicação, continua a servir a Igreja no seu ministério pastoral".
Recorde-se que a constituição de um grupo coordenador nacional das 21 comissões diocesanas de proteção de menores e adultos vulneráveis era uma das medidas cujo anúncio se esperava para hoje no final da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa.
Na segunda-feira, mais de duas centenas de católicos enviaram uma carta à CEP, defendendo que "não existe alternativa" e que aquele órgão "deve tomar a iniciativa de organizar uma investigação independente sobre os crimes de abuso sexual na Igreja".
O documento, assinado por figuras como a escritora Alice Vieira, o deputado José Manuel Pureza, o jornalista Jorge Wemans ou o ex-presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca, é perentório: "Se queremos manter um diálogo com a sociedade a que pertencemos e que servimos, não existe alternativa!".
[Notícia atualizada às 15h14]
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