As palavras da ministra da Saúde, Marta Temido, na Comissão Parlamentar de Saúde, causaram mal-estar no seio médico. "Também é bom que, todos nós, como sociedade, pensemos nas expectativas e na seleção destes profissionais porque, porventura, outros aspetos, como a resiliência, são tão importantes como a sua competência técnica. Estas são profissões, de facto, que exigem uma grande capacidade de resistência, de enfrentar a pressão e o desgaste. E temos de investir nisso", foram as palavras da governante.
A 'resposta', do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) chegou em forma de comunicado, com a organização a considerar que Marta Temido "passou a linha vermelha".
"Afirmar que têm de ser contratados médicos mais resilientes é uma imperdoável ofensa que os médicos portugueses, exaustos por centenas de horas extraordinárias (já agora, sendo obrigatórias... em exemplo não reproduzível em toda a administração pública) não mais perdoarão e esquecerão", sublinha o SIM.
E mais: "Mesmo confortados pelos milhões de palmas que têm recebido da população portuguesa nesta pandemia, os médicos portugueses não querem fazer horas extraordinárias obrigatórias..." O que os profissionais pretendem, refere o Sindicato, é "ter uma remuneração base digna e condizente com a sua responsabilidade, com a sua diferenciação, com a penosidade do seu trabalho... que os compense da dedicação e entrega quantas vezes em prejuízo da sua vida pessoal e familiar."
"O Sindicato Independente dos Médicos enquanto instituição, e os seus dirigentes, são bem educados. Algo que não se poderá dizer da Dr.ª Marta Fartura Temido", termina a nota.
Afirmar que têm de ser contratados médicos mais resilientes é uma imperdoável ofensa que os médicos portugueses, exaustos por centenas de horas extraordinárias não mais perdoarão e esquecerão.https://t.co/lIO90n18OM
— simedicos (@simedicos) November 24, 2021
Leia Também: Mais de 3.000 novos casos de infeção registados nas últimas 24 horas