Em declarações à agência Lusa, a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, a socialista Carla Madeira, começou por dizer que "existia uma política de descentralização, com vários postos espalhados pela cidade, que permitiam alguma proximidade com a população".
"Infelizmente, foi tomada a decisão unilateral de encerrar os centros", lamentou a autarca, acrescentado ter sido apanhada de surpresa.
"De repente, fomos confrontados com a decisão de se encerrar os centros. Ajudávamos a população e, de um momento para o outro, recebemos o anúncio. Primeiro pela comunicação social, depois por uma mensagem dos serviços sociais da câmara. Ficámos triste e preocupados porque era um serviço de proximidade importante", afirmou.
Contudo, Carla Madeira frisou que a Junta de Freguesia vai continuar a "ajudar a população".
Numa mensagem publicada na sua página oficial na rede social Facebook, aquela autarquia indicou que "não se revê na decisão tomada e lamenta que a Câmara Municipal de Lisboa não tenha articulado esta decisão com as juntas de freguesia, que, desde o início do processo de vacinação, têm estado nos centros de vacinação, assegurando o seu bom funcionamento e o acompanhamento de proximidade aos cidadãos".
Pode ainda ler-se que "o serviço Porta-a-Porta Misericórdia será reforçado e continuará disponível para apoiar os fregueses mais idosos, ou com mobilidade reduzida, nas deslocações para o dois centros de vacinação que servirão toda a cidade, localizados nas freguesias da Ajuda e do Parque das Nações".
"Aguardamos com expectativa e com muita preocupação o desenrolar das próximas semanas", concluiu a autarca à Lusa.
O centro de vacinação do Picadeiro servia as freguesias da Misericórdia, de Santo António, da Estrela e de parte de Campo de Ourique.
Na semana passada, a Câmara de Lisboa fez saber que iria abrir um novo centro de vacinação no Parque das Nações e encerrar os do Picadeiro (Príncipe Real), Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa (Areeiro) e Pavilhão 3 do Estádio Universitário de Lisboa.
O único que vai continuar a funcionar é o da Ajuda.
O novo centro vai ser inaugurado na terça-feira e ficará a funcionar no Pavilhão 4 da Feira Internacional de Lisboa (Parque das Nações), com 60 postos e uma capacidade para realizar até 9 mil inoculações contra a covid-19 ou gripe por dia.
Hoje, depois de os vereadores do PS na Câmara de Lisboa terem pedido a suspensão do encerramento dos centros, por considerarem um "erro" a concentração da vacinação contra a covid-19 num grande centro no Parque das Nações, fonte do gabinete de Carlos Moedas explicou que aquela foi uma decisão conjunta e articulada com a ARSLVT [Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo] e "motivada pela indisponibilidade de cedência de alguns destes locais que estavam a ser utilizados".
O gabinete do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), referiu ainda que nalguns dos espaços também não estavam "reunidas as melhores condições estruturais para assegurar a vacinação de inverno".
"A Câmara Municipal de Lisboa tudo tem feito, naturalmente na parte que lhe compete, ao nível logístico para encontrar as melhores soluções que ajudem a que o processo de vacinação corra da melhor forma", reforçou o gabinete de Carlos Moedas.
Neste âmbito, o município de Lisboa continua a disponibilizar um serviço de transporte gratuito de táxi, que permite aos utentes deslocarem-se para os centros de vacinação.
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