Cabrita "não é um mero passageiro" e "deveria assumir o caso"

Advogado da família do homem que morreu atropelado pela viatura onde seguia o ministro da Administração Interna comenta "que a situação é ainda muito traumática" e que "a justiça passa sempre por uma compensação digna a estas duas adolescentes e à viúva.

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Melissa Lopes
03/12/2021 17:22 ‧ 03/12/2021 por Melissa Lopes

País

Acidente/MAI

O advogado da família da vítima mortal do atropelamento na A6 - em que o motorista de Eduardo Cabrita é acusado de homicídio por negligência,  disse esta quinta-feira aos jornalistas que a "justiça passa sempre por uma compensação digna a estas duas adolescentes e à viúva, que ficaram sem o principal meio de sustento". 

Confrontado com as reações do ministro - que defendeu ser apenas um passageiro -, o advogado atirou: "São declarações que eu nem sequer gostaria de comentar. É evidente que é um passageiro, mas é um passageiro que determina a deslocação de todos os outros passageiros, e até do condutor". José Barros defende que Cabrita "deve assumir o caso".

"Eu, no caso dele, assumiria o caso". Reforçando que o ministro não é um "mero passageiro", mas sim o passageiro que determina que "haja uma viatura do lado direito a fazer-lhe segurança, por isso é que a outra vinha do lado esquerdo", afirmou, lembrando que a via estava sinalizada "como se comprovou". 

Para a família, "a situação ainda é muito traumática", disse ainda o advogado. 

O motorista do carro onde seguia o ministro da Administração Interna e que atropelou mortalmente um trabalhador na A6 foi acusado de homicídio por negligência, segundo despacho de acusação do Ministério Público hoje divulgado.

"O Ministério Público deduziu acusação, requerendo o julgamento por tribunal singular, contra um arguido, o condutor do veículo automóvel interveniente num acidente de viação ocorrido na A6, no dia 18 de junho de 2021, imputando-lhe a prática, em concurso, de um crime de homicídio por negligência e de duas contraordenações", refere uma nota publicada no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora.

Leia Também: Acidente/MAI: Eduardo Cabrita marca declaração para as 17h30

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