O advogado da família da vítima mortal do atropelamento na A6 - em que o motorista de Eduardo Cabrita é acusado de homicídio por negligência, disse esta quinta-feira aos jornalistas que a "justiça passa sempre por uma compensação digna a estas duas adolescentes e à viúva, que ficaram sem o principal meio de sustento".
Confrontado com as reações do ministro - que defendeu ser apenas um passageiro -, o advogado atirou: "São declarações que eu nem sequer gostaria de comentar. É evidente que é um passageiro, mas é um passageiro que determina a deslocação de todos os outros passageiros, e até do condutor". José Barros defende que Cabrita "deve assumir o caso".
"Eu, no caso dele, assumiria o caso". Reforçando que o ministro não é um "mero passageiro", mas sim o passageiro que determina que "haja uma viatura do lado direito a fazer-lhe segurança, por isso é que a outra vinha do lado esquerdo", afirmou, lembrando que a via estava sinalizada "como se comprovou".
Para a família, "a situação ainda é muito traumática", disse ainda o advogado.
O motorista do carro onde seguia o ministro da Administração Interna e que atropelou mortalmente um trabalhador na A6 foi acusado de homicídio por negligência, segundo despacho de acusação do Ministério Público hoje divulgado.
"O Ministério Público deduziu acusação, requerendo o julgamento por tribunal singular, contra um arguido, o condutor do veículo automóvel interveniente num acidente de viação ocorrido na A6, no dia 18 de junho de 2021, imputando-lhe a prática, em concurso, de um crime de homicídio por negligência e de duas contraordenações", refere uma nota publicada no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora.
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