Sequeira volta para Lisboa mas lamenta "decisão incompreensível"

O professor universitário  Jorge Sequeira ficou retido em  Maputo por cinco dias na sequência do encerramento das fronteiras aos países da África Austral e hoje, na primeira operação de apoio ao regresso entre Maputo e Lisboa, lamenta decisão "incompreensível".

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04/12/2021 11:41 ‧ 04/12/2021 por Lusa

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Covid-19

Maputo, 04 dez 2021 ( Lusa) -  O professor universitário  Jorge Sequeira ficou retido em  Maputo por cinco dias na sequência do encerramento das fronteiras aos países da África Austral e hoje, na primeira operação de apoio ao regresso entre Maputo e Lisboa, lamenta decisão "incompreensível".

"Vamos felizes porque voltamos para nossa terra [...], mas acho incompreensível esta decisão", conta à Lusa o professor, momentos antes de embarcar no voo de "apoio ao regresso" da TAP, na porta do Aeroporto Internacional de Maputo.

Sequeira estava em Maputo para fazer uma apresentação de uma hora em uma conferência da Ordem dos Contabilistas e Auditores de Moçambique e o seu regresso a Portugal devia ocorrer em menos de uma semana, mas acabou retido por mais cinco dias, embora não tenha sido difícil porque "na capital moçambicana o tempo é bom e as pessoas são simpáticas".

"Este é o melhor sítio do mundo para ficarmos retidos", declarou o docente, com uma dose de humor à mistura.

Como Sequeira, dezenas de pessoas estiveram no Aeroporto Internacional de Maputo para a primeira operação de apoio ao regresso (nos dois sentidos), depois de os Estados-membros da União Europeia (UE) terem decidido suspender temporariamente ligações aéreas com sete países da África Austral, incluindo Moçambique, devido à identificação da variante Ómicron do vírus da covid-19, na África do Sul.

O Airbus A330-900 da TAP aterrou às 8:04 em Maputo, com um total de 89 passageiros, e saiu, duas horas depois, completamente cheio segundo dados avançados à Lusa por membros da tripulação.

Embarcaram no voo Maputo - Lisboa passageiros com nacionalidade portuguesa, titulares de autorização de residência em Portugal e cidadãos nacionais da UE, Estados associados ao Espaço Schengen e membros das respetivas famílias.

No Aeroporto Internacional de Maputo, o ambiente era misto, entre a felicidade dos que estão a voltar para casa e a revolta de quem teve de reorganizar os planos para conseguir passar o Natal em família.

"O voo vai completamente cheio, pelo que percebi. A minha grande preocupação era poder passar o Natal com família e nós fomos apanhados no meio de um turbilhão. Foi uma coisa repentina", conta à Lusa o empresário Pedro Vidal, momentos antes de entrar no voo.

"Eu acho que é um excesso e um exagero. Se este país [Moçambique] e outros [da região] já estavam mal, agora vão ficar numa situação pior. Isto não tem nada a ver com pandemia, é um comércio que só interessa as grandes potencias", declarou Cândido Barros, outro empresário, momentos antes de embarcar de volta para Lisboa.

"A minha empresa conseguiu este espaço e ainda bem que este voo aconteceu. Isto vai nos permitir regressar para os nossos postos de trabalho", afirmou, momentos após desembarcar em Maputo.

Embora admita que a situação é desgastante, entende que as medidas de restrições são necessárias, tendo em conta estamos perante uma pandemia.

"Estas coisas são necessárias. Nós estamos perante uma pandemia que ainda não há muita informação sobre ela. Todo cuidado é pouco".

A reserva para os voos de regresso é feita diretamente junto da TAP, mas o Consulado Geral de Portugal em Maputo bem como o Consulado Geral na Beira disponibilizam-se para contactos por parte de quem tenha "dificuldade em efetuar a sua reserva" e tenha "comprovada urgência na deslocação, por motivos graves de saúde ou partida definitiva do país".

Nos voos para Lisboa, todos os passageiros, vacinados ou não, foram obrigados a apresentar um resultado negativo de teste RT-PCR ou teste de amplificação de ácidos nucleicos (NAAT) semelhante.

À chegada a Portugal, todos os passageiros serão encaminhados para "local próprio no interior do aeroporto para efeitos de realização de um novo teste de amplificação de ácidos nucleicos (TAAN) ou teste rápido de antigénio (TRAg), para despiste de infeção por SARS-CoV-2 e posterior sequenciação genómica, assim como para determinação de isolamento profilático pelas autoridades de saúde.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na terça-feira que "as proibições de viagens não vão impedir a propagação internacional" da variante Ómicron e "representam um fardo pesado para vidas e meios de subsistência", podendo "ter um impacto adverso nos esforços globais" de luta contra a pandemia".

O país lusófono tem um total acumulado mais de 1.900 mortes e mais de 150 mil casos de covid-19, dos quais 98% recuperados e sete internados.

 

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