PJ quer Rendeiro em preventiva. Ex-banqueiro será ouvido nas próximas 48h

Ex-banqueiro entrou na África do Sul a 18 de setembro.

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Tomásia Sousa
11/12/2021 09:54 ‧ 11/12/2021 por Tomásia Sousa

País

João Rendeiro

João Rendeiro será ouvido nas próximas 48 horas pelas autoridades, depois de ter sido detido ao início da manhã deste sábado na África do Sul, anunciou hoje o diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), que adiantou que vai "reforçar a necessidade" do ex-banqueiro ficar em prisão preventiva.

"João Rendeiro será presente às autoridades nas próximas 48 horas para efeitos de decisão relativamente ao seu futuro, designadamente, num primeiro momento, saber se será decretada prisão preventiva ou não", afirmou Luís Neves em conferência de imprensa na sede da PJ, em Lisboa. "Naturalmente que iremos reforçar essa necessidade."

Luís Neves adiantou que a Polícia Judiciária já sabia que Rendeiro se encontrava na África do Sul, antes de a mulher do ex-banqueiro o ter revelado à justiça, e afirmou mesmo que Maria de Jesus Rendeiro não deu "mais nenhum pormenor" na altura em que foi ouvida.

O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) entrou naquele país a 18 de setembro e, de acordo com a PJ, possui uma "autorização de residência emitida no dia 10 de novembro de 2021 como cidadão nacional".

O diretor nacional da PJ garantiu também aos jornalistas que "há possibilidade" do ex-banqueiro ser extraditado para Portugal. "Nós ainda temos alguns formalismos a cumprir", afirmou, mas garante que "há mecanismos legais para o fazer".

O objetivo agora é "decretar o cumprimento da prisão" do ex-banqueiro. A PJ pretende por isso "enfatizar" às autoridades da África do Sul "o facto de esta pessoa ter uma grande capacidade económica, o que lhe dá uma grande capacidade de mobilidade e de fuga", sublinhou Luís Neves.

Ele próprio já o admitiu publicamente, como infelizmente todos nós sabemos, que não é sua intenção se entregar às autoridades portuguesas e, naturalmente, tudo faremos para que a justiça seja materializada nesta parte final", assegurou.

"Dizer que não está fugido é patético". Rendeiro "surpreso" com a detenção

João Rendeiro ficou "surpreso" com a sua detenção, uma vez que "não estava à espera", afimou em conferência de imprensa o diretor nacional da PJ.

"Aliás, João Rendeiro dizer que não está fugido é patético, no mínimo, porque são conhecidas várias cidades onde andou para dificultar o cumprimento desta detenção", apontou Luís Neves.

O responsável pela PJ disse ainda que a detenção aconteceu longe das cidades de Pretória e de Joanesburgo, embora João Rendeiro tenha passado grande parte do tempo "na zona mais rica de Joanesburgo".

"Era o seu local habitual de refúgio, em hotéis de cinco estrelas", embora tenha passado por outros locais.

A PJ fala mesmo em entradas e saídas nos países vizinhos, embora sem precisar por que locais passou o ex-banqueiro. 

Fuga preparada durante meses 

Antes de entrar na África do Sul, a 18 de setembro, as autoridades detetaram que o antigo presidente do BPP deixou o Reino Unido a 14 de setembro e têm uma "percepção de onde passou" até chegar àquele país.

"Na semana de 20 a 24 do mês passado, reunimos com os nossos parceiros e com os mais altos dirigentes policiais da República da África do Sul, onde explicámos o quão graves eram os crimes cometidos por esta pessoa", detalha o responsável pela PJ, que adianta que teve "pronta resposta" do dirigente daquela polícia, que prometeu "empenhar todos os meios para detetar" Rendeiro.

Luís Neves acrescenta que a PJ não detetou que o antigo dono do BPP tenha tido ajuda para sair de Portugal, mas garante que "a fuga foi preparada durante vários meses".

A PJ acredita que João Rendeiro jamais "pretendia apresentar-se às autoridades judiciárias" e, por isso mesmo, "utilizou todos os meios tecnológicos mais avançados" e que "custam uma exorbitância" para "poder comunicar de forma indetetável".

Exemplo disso foi a entrevista que deu à CNN Portugal, na estreia do canal, feita de forma encriptada para que não pudesse ser localizado.

"Estamos a falar de tecnologia de meios que não está ao dispor de forma fácil. É o grande sinal de que João Rendeiro jamais, em tempo algum, pretendia apresentar-se às autoridades judiciárias. Fez tudo, teve uma vida muito escondida", concluiu o diretor nacional da PJ.

[Notícia atualizada às 11h00]

Leia Também: João Rendeiro foi detido. Estará na África do Sul

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