O pneumologista Carlos Robalo Cordeiro salienta a “necessidade de uma forte adesão à vacinação, à terceira dose, sobretudo da população mais idosa e de risco e também de crianças”, explicando que, neste momento, Portugal tem cerca de 20% de prevalência de infeção pela variante Ómicron.
Embora o país registe uma percentagem ainda não muito elevada de infeção da nova variante da Covid-19, o especialista menciona que a previsão é que “numa semana ou 10 dias passará a 50%”, alertando para o facto de que “até ao fim do ano podemos ter pelo menos 80% ou mais dessa variante em circulação”.
“A vacinação continua a ter eficácia para com esta variante, mas uma eficácia mais diminuída”, explicou o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, num comentário na CNN, onde sublinhou o aumento da incidência em Portugal, que afirma ser “mais prevalente em crianças e jovens”, explicando que “a transmissão é mais fácil a partir desse escalão etário”.
Os doentes em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) é também um fator de preocupação. Carlos Robalo Cordeiro afirmou que deste número a “grande maioria são pessoas não vacinadas, que não são crianças, [são] adultos não vacinados” e deu como exemplo o hospital onde trabalha, onde 80% dos doentes que estão um UCI são não vacinados. “À medida que vamos tendo maior impacto nos hospitais estamos a desviar recursos e meios para os outros doentes não Covid”, alertou.
Com as comemorações natalícias a realizar-se esta semana, o pneumologista recorda que “temos razões para ter muita vigilância e prudência” nos dias que se avizinham, sendo que “quem tem duas doses, apenas terá 70 ou 75% de proteção” contra a Covid-19.
Quanto à imposição de mais restrições neste período festivo, o especialista comentou que outros países da Europa - com percentagem de vacinação inferior à de Portugal - estão a tomar medidas “muito mais restritivas”, acrescentando que “as regras poderiam ser mais bem definidas relativamente às aglomerações de pessoas, às regras para entrar em espaços, porque é um risco muito grande. Nós vamos ter em janeiro, seguramente uma pressão muito grande nos hospitais”.
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