O Conselho de Administração do Hospital de São João, no Porto, apresentou a demissão à ministra da Saúde, na sequência do incêndio no serviço de Pneumologia que causou a morte a um doente e feriu com gravidade outros quatro. Numa declaração feita na tarde desta segunda-feira, o presidente do Conselho de Administração, Fernando Manuel Ferreira Araújo, justificou a decisão com um "sentido ético" que não pode nem deve ser esquecido.
"Apesar de as causas do incêndio estarem a ser apuradas, nomeadamente através de um processo de averiguações interno, de um processo de inquérito da IGAS e de um inquérito da PJ - com quem estamos ativamente a cooperar -, e de a avaliação inicial excluir falha infraestrutural do hospital, existe um sentido ético que não podemos nem devemos esquecer. (...) O Conselho de Administração apresentou hoje à ministra da Saúde o pedido de demissão", anunciou Fernando Manuel Ferreira Araújo, presidente do Conselho de Administração.
O Conselho de Administração do Hospital do São João vai permanecer em funções até à decisão da ministra da Saúde, adiantou ainda o responsável.
Na declaração feita hoje aos jornalistas, Fernando Manuel Ferreira Araújo lamentou a morte do doente e apresentou as condolências à família. Os quatro feridos encontram-se em estado grave e os cinco profissionais que receberam assistência tiveram todos alta durante a noite.
"O hospital prestou, durante todo o processo, informação e apoio psicológico aos doentes e às famílias. O plano de incêndio do hospital e o plano de emergência interno, foram prontamente ativados, possibilitando a evacuação de emergência, bem como o combate ao incêndio", afirmou o responsável, realçando a "forma profissional e altruísta" como os profissionais reagiram, bem como as corporações de bombeiros, pela "eficácia no combate a um incêndio difícil e numa zona altamente sensível do hospital".
Numa nota publicada durante a tarde de hoje, a ministra da Saúde lamentou "profundamente a morte registada" e endereçou "sentidas condolências aos familiares da vítima", desejando uma "rápida recuperação" de todos os feridos.
De sublinhar que na origem do incêndio, que deflagrou pelas 17h40 e foi dado como extinto cerca das 19h, terá estado um cigarro acendido por um paciente que estava a receber oxigénio. Na declaração feita hoje, sem direito a perguntas dos jornalistas, o Conselho de Administração não mencionou esta possibilidade.
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