População residente em Portugal com imunidade de 86,4% contra a Covid-19
Dados da 3.ª fase do Inquérito Serológico Nacional Covid-19, recolhidos entre entre 28 de setembro e 19 de novembro de 2021, foram divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). Resultados "são consistentes com a atual situação epidemiológica, cobertura vacinal e com os dados obtidos nos estudos de efetividade vacinal".
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País Pandemia
A prevalência de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 na população residente em Portugal, com idade superior a 1 ano, foi de 86,4%, indicam os dados da 3.ª fase do Inquérito Serológico Nacional COVID-19 (ISN COVID-19), promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), divulgado esta quarta-feira.
Os dados indicam que 7,5% tinha anticorpos atribuíveis a infeção anterior. As regiões do Algarve e Açores foram aquelas em que se observou uma menor seroprevalência total (80,2% e 84,0%, respetivamente), segundo o INSA.
Os dados do inquérito permitem concluir que, em relação às caraterísticas da população, se destaca a seroprevalência total mais elevada na população entre os 50 e os 59 anos (96,5%), nos indivíduos com ensino superior (96,0%) e nos indivíduos com duas ou mais doenças crónicas (90,8%).
Os grupos etários abaixo dos 20 anos foram aqueles em que se observaram seroprevalências totais mais baixas (17,9% entre 1-9 anos e 76,8% entre os 10-19 anos).
No que se refere à seroprevalência pós-infeção, os resultados da 3.ª fase do inquérito serológico indicam valores "globalmente mais baixos" do que os obtidos na 2.ª fase do ISN COVID-19 (7,5% vs 13,5%), "o que, provavelmente, se encontra relacionado com o decaimento de anticorpos específicos para o SARS-CoV-2 ao longo do tempo pós-infeção", justifica o INSA.
Aliás, refere o organismo, este padrão foi observado na maioria dos grupos etários e regiões de saúde, à exceção do grupo etário entre 1-9 anos e nas regiões do Algarve e Açores.
O peso da vacina e da infeção e o efeito ao longo do tempo
O INSA explica que "os títulos de Imunoglobulina G específica contra a proteína da espícula do SARS-CoV-2 (IgG anti-S) foram mais elevados nas pessoas com três doses de vacina e naquelas que foram vacinadas e tiveram uma infeção por SARS-CoV-2, tendo sido os valores mais baixos estimados para o grupo de pessoas com uma dose única de vacina e sem".
Paralelamente, "os títulos de IgG (anti-S) e de anticorpos neutralizantes foram mais elevados no grupo de pessoas que referiram ter sido vacinados comas vacinas de mRNA".
"De referir, ainda, uma diminuição do título de IgG (anti-S) com o tempo desde a toma da segunda dose da vacina e com a idade dos vacinados e a correlação, fortemente positiva, entre o título de IgG (anti-S) e o título de anticorpos neutralizantes", pode ler-se nas conclusões do inquérito.
O INSA assinala que os resultados obtidos "são consistentes com a atual situação epidemiológica, cobertura vacinal e com os dados obtidos nos estudos de efetividade vacinal".
A terceira fase do ISN COVID-19 analisou uma amostra de 4.545 pessoas residentes em Portugal, recrutadas entre 28 de setembro e 19 de novembro de 2021.
Para todos os participantes, explica o INSA, foi determinada a presença de IgG específica contra a proteína da Nucleocápsi de doSARS-CoV-2 (IgG anti-NP) e feita a titulação de IgG (anti-S). Numa amostra aleatória foram determinados os títulos de anticorpos neutralizantes contra o SARS-CoV-2.
O estudo permitiu dar continuidade ao segundo ISN COVID-19, realizado entre 1 de fevereiro e 31 de março de 2021, e que estimou uma seroprevalência global de 15,5% de infeção pelo novo coronavírus na população residente em Portugal.
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