Em comunicado enviado à agência Lusa, a Direção Regional do Alentejo do SEP considerou "inadmissível que uma entidade privada que gere uma instituição do SNS" [Serviço Nacional de Saúde], no caso a Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS), "decida encerrar um serviço público, prejudicando assim as populações que o hospital serve".
O SEP lembrou que a SCMS tem um acordo de cooperação com o Ministério da Saúde, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo e a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) que lhe permite gerir o Hospital de São Paulo, em Serpa, no distrito de Beja.
"Portanto, o hospital, apesar de ser gerido pela SCMS, continua a ser uma instituição do SNS" e é "inadmissível" o fecho das urgências, frisou o SEP.
"Na defesa da saúde das populações que o hospital de Serpa serve", o SEP defendeu que "a única alternativa é a ULSBA/ARS voltar a gerir" a unidade hospitalar, "como acontecia antes do acordo de cooperação.
As urgências do Hospital de São Paulo vão fechar, entre as 00:00 e as 08:00, a partir de segunda-feira, por dificuldades em garantir médicos para assegurar as escalas, devido à pandemia de covid-19, disse hoje à agência Lusa o provedor da SCMS, António Sargento.
O provedor disse não ser possível prever por quanto tempo as urgências irão permanecer fechadas durante a madrugada, mas frisou que a SCMS e o conselho de administração do hospital "farão todos os esforços para inverter o mais rápido possível a situação" e reabrir o serviço naquele período.
António Sargento disse que a SCMS, a administração do hospital e o Estado português, "que é parceiro", através do Ministério da Saúde e da ULSBA, tentaram "encontrar uma solução para a escala médica" da madrugada, mas não conseguiram "porque não há médicos".
Na terça-feira, em comunicado, a Câmara de Serpa contestou a decisão de fechar as urgências durante a madrugada e voltou a defender que "é necessário e urgente o retorno e integração do Hospital de São Paulo no Serviço Nacional de Saúde".
O município lembrou que o Ministério da Saúde e a SCMS assinaram, em 2014, um acordo de cooperação para transferência do Hospital de São Paulo para esta entidade.
O acordo foi assinado "sem acautelar o serviço público, as necessidades dos utentes, à revelia de todos os pareceres e tomadas de posição manifestadas e não garantindo serviços de saúde básicos e necessários às populações", lamentou o município.
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