Depois de a Direção-Geral da Saúde ter afirmado não se comprometer com o regresso às aulas no dia 10 de janeiro, como inicialmente foi anunciado, Mário Nogueira, membro da Federação Nacional dos Professores, FENPROF, revela que, a seu ver, “seria incompreensível um novo adiamento na abertura aulas”.
Em comentário na CNN, Mário Nogueira, revela que “se isso acontecer há que reconhecer o fracasso completo do que tem sido a estratégia do governo para as escolas, para o ensino”, frisando “as contradições e o ziguezaguear de um discurso” ao longo do último ano.
Aponta que agora se ouve “lamentar que muitos pais não levaram os seus filhos para a vacinação”, contudo, relembra que há um ano o governo “desvalorizava” as infeções de Covid-19 nas faixas etárias até aos 18 anos e afirmava, até: “As crianças não têm qualquer problema, as escolas não são espaços de contágio”.
Mário Nogueira, chama ainda a atenção para o facto de muitos professores não estarem totalmente vacinados, sendo que “50% dos professores” tem mais de 50 anos e estarão a ser chamados para a vacinação, mas a outra metade ainda não.
Relativamente aos surtos que se registaram nas instituições de ensino, defende que é necessário analisar “o nível de gravidade, se são surtos entre as crianças, qual o número de docentes e outros trabalhadores que também estão infetados”. Embora a FENPROF tenha solicitado esta informação ao Ministro da Educação, apenas depois do pedido ter sido levado a tribunal foi possível obter os dados.
Apesar das tentativas de contacto com o governo, a FENPROF ainda não obteve qualquer resposta. De recordar que o novo ponto de situação entre o governo e os especialistas será feito no dia 5 de janeiro, próxima quarta-feira, onde será tomada uma decisão.
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