"Não regressam hoje, certamente. A Proteção Civil está ainda a avaliar os estragos e esperam-se, também, os serviços sociais para uma avaliação. Nas 13 casas afetadas [pelo transbordo de uma ribeira devido ao mau tempo], há sete que ficaram com o rés-do-chão cheio de água e inertes e cinco que, estando mesmo em frente à linha de água, sofreram um impacto maior da descarga", explicou à Lusa Pedro Azevedo, coordenador da Proteção Civil Municipal de Ponta Delgada.
Em declarações à Lusa no local, o responsável esclareceu ainda que há "móveis e eletrodomésticos danificados", o que torna difícil fazer já uma previsão sobre se e quando é possível o regresso a casa dos 15 moradores das 13 habitações afetadas, que passaram a noite junto de familiares.
Quanto às 15 viaturas que estavam estacionadas na rua e que foram arrastadas pela água, "algumas deslocaram-se por 100 metros, arrastando ou passando por cima de outras" e deixando pelo menos "três soterradas até ao tejadilho", descreveu o coordenador.
Os automóveis acabaram por parar no largo da Fonte, "junto à sede dos escuteiros e à escola", também afetados pelas lamas que se foram juntando no percurso percorrido pela água da ribeira que transbordou.
Pedro Azevedo indicou ainda que cinco habitações apresentam situações "mais gravosas", por estarem "mesmo em frente à linha de água".
Por outro lado, em sete habitações, o rés-do-chão apresenta "uma grande altura de inertes".
O coordenador esclarece estar a referir-se a inundações quase até ao teto, mas não de água limpa: "Estamos a falar de pedras, lama, terra, madeira, etc".
Os serviços vão, por isso, iniciar os trabalhos de limpeza nas casas e também de "desobstrução da linha de água".
"Não se vai conseguir fazer tudo hoje", lamentou.
O mau tempo nos Açores obrigou a realojar 15 pessoas depois de uma ribeira ter transbordado na freguesia das Feteiras, concelho de Ponta Delgada, provocando o arrastamento de 15 viaturas e afetando 13 residências, revelou hoje a Proteção Civil.
Em comunicado, o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) esclarece que "foram registadas 76 ocorrências em quatro ilhas" devido à "passagem de uma superfície frontal fria com ondulações que tem condicionado o estado do tempo no arquipélago".
"Na freguesia das Feteiras, concelho de Ponta Delgada, em São Miguel, uma ribeira transbordou, tendo provocado o arrastamento de 15 viaturas e afetado 13 moradias, motivo pelo qual foi necessário realojar (em casa de familiares) 15 pessoas", indica a Proteção Civil.
Das 76 ocorrências registadas na região, 66 aconteceram na ilha de São Miguel -- a maior parte no concelho de Ponta Delgada.
Oito das ocorrências foram identificadas na ilha Terceira, uma em Santa Maria e uma na ilha da Pico.
"As situações reportadas correspondem a quedas de árvores, quedas de estruturas, obstruções de vias, inundações de vias e inundações de habitações. Não foram registados danos pessoais", refere a proteção civil.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) elevou na quinta-feira para laranja os avisos meteorológicos relativos às ilhas dos grupos Oriental e Central dos Açores por causa das previsões de chuva por vezes forte, acompanhada de trovoada.
O IPMA emitiu ainda aviso laranja para as ilhas de São Miguel e Santa Maria, entre as 21:00 de quinta-feira e as 09:00 de hoje, por causa das previsões de vento, com rajadas até 115 quilómetros por hora.
O aviso laranja é o segundo mais grave e representa uma situação meteorológica de risco moderado a elevado.
São Miguel e Santa Maria têm também ativos avisos amarelos para a agitação marítima, devido à previsão de ondas de cinco a seis metros até às 12:00 de hoje.
O aviso amarelo é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
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