"O número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2, por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 2.777 casos, com tendência fortemente crescente a nível nacional e em todas as regiões". Esta é uma das conclusões revelada pelo Relatório das 'Linhas Vermelhas', esta sexta-feira emitido pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
No grupo etário com idade superior ou igual a 65 anos, "o número de novos casos de infeção por 100 mil habitantes habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 952 casos, com tendência fortemente crescente a nível nacional".
Já o índice de transmissibilidade - o Rt - "apresenta valor igual ou superior a 1", com "tendência crescente da incidência de infeções por SARS-CoV-2 a nível nacional (1,32) e em todas as regiões". O Alentejo é a zona do país em que se registou o valor mais elevado - 1,42.
Quanto a casos da Covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos, o documento refere que, no continente, revelou-se "uma tendência crescente, correspondendo a 62% (na semana anterior foi de 59%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas".
A nível nacional, foi também indicado que "a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 10,6% (na semana anterior foi de 6,7%)", encontrando-se "acima do limiar definido de 4,0% e com tendência crescente". A DGS e o INSA sublinham ainda que se observou "um aumento do número de testes, para deteção de SARS-CoV-2, em especial testes rápidos de antigénio, realizados nos últimos sete dias".
Ómicron é 92,5% dos casos em Portugal
"Amostragens aleatórias semanais" assim como a "monitorização em tempo real de casos prováveis da variante Ómicron" mostram "um aumento muito acentuado da circulação desta variante a partir de dia 6 de dezembro de 2021", é salientado no Relatório das 'Linhas Vermelhas'. A Ómicron "é dominante em Portugal", tendo uma "proporção de casos estimada de 92,5% no dia 6 de janeiro de 2022".
Já a mortalidade específica por Covid-19 "apresenta uma tendência decrescente" - 20,4 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes. Esta taxa de mortalidade "revela um impacto elevado da pandemia na mortalidade".
Outra das informações é que "as pessoas com um esquema vacinal completo tiveram um risco de internamento 2 a 6 vezes menor do que as pessoas não vacinadas, entre o total de pessoas infetadas em outubro". Estas "tiveram um risco de morte 3 a 5 vezes menor do que as pessoas não vacinadas, entre o total de pessoas infetadas em novembro".
Na população com 80 e mais anos, "a dose de reforço reduziu o risco de morte por Covid-19 quase para metade" em relação a quem tem o esquema vacinal primário completo.
Em suma, a "análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade muito elevada, com tendência crescente a nível nacional". "A capacidade de rastreamento de contactos de casos e de rapidez da notificação laboratorial revela sinais de pressão", frisam as entidades.
Ainda de notar que a "pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são elevados, com tendência crescente nas hospitalizações" e que, "dado o rápido aumento de casos, mesmo tendo em consideração a menor gravidade da variante Ómicron, é provável um aumento de pressão sobre o todo o sistema de saúde e na mortalidade, recomendando-se a manutenção de todas as medidas de proteção individual e a intensificação da vacinação de reforço".
[Notícia atualizada às 20h33]
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