Carlos Penha-Gonçalves, coronel do exército, disse à Lusa que o número de pessoas elegível neste caso está estimado em 90 mil, que representa o universo da capacidade vacinal de um dia, razão pela qual os centros de vacinação vão estar dedicados exclusivamente a este processo associado às eleições legislativas de 30 de janeiro.
"Iniciámos um processo específico para a vacinação das pessoas que vão estar envolvidas no apoio ao ato eleitoral para que este possa decorrer com maior segurança e, portanto, no sábado dedicámos toda a agenda dos nossos centros de vacinação às pessoas que vão estar nas mesas de voto e a todas as pessoas que normalmente apoiam o ato eleitoral em conexão com as juntas de freguesia", adiantou.
Apesar da estimativa inicial ser de cerca de 90 mil pessoas, Penha Gonçalves disse ser mais difícil quantificar as pessoas que estão no apoio ao ato eleitoral do que as que estão nas mesas de voto.
"Alguns vão ser convocados por SMS, mas como este universo é um pouco indefinido, há suplementarmente um mecanismo para que as pessoas possam aceder à vacinação, pedindo uma senha digital", através do portal da Direção-Geral da Saúde, a partir da meia-noite de hoje, disse.
O representante do Núcleo de Coordenação do Plano de Vacinação contra a covid-19 apelou para que estas pessoas tomem a iniciativa de se inscreverem, adiantando que a senha digital terá a indicação da hora e do centro de vacinação.
"Quando chegarem ao local de vacinação têm de apresentar um documento ou da câmara municipal ou da junta de freguesia, que está já tipificado, que credencie a pessoa e a habilite a esta vacinação", explicou.
Sobre a população que é elegível para receber o reforço vacinal neste caso específico, adiantou que são todos os maiores 18 anos. Embora a vacinação com a dose de reforço só esteja aberta para maiores de 40 anos, neste caso a idade não é condicionante.
Penha-Gonçalves recordou os prazos que as pessoas têm de respeitar para receber o reforço. No caso das vacinas AstraZeneca, Pfizer ou Moderna têm de esperar cinco meses após a segunda toma. No caso da vacina Janssen, três meses. Os mesmos intervalos aplicam-se em caso de infeção.
O Governo anunciou na quinta-feira que a Administração Eleitoral está a recolher informações junto das câmaras municipais e juntas de freguesias relativas à identificação dos membros das mesas de voto e funcionários das juntas que prestam apoio ao ato eleitoral, que pretendam receber o reforço da vacina.
Segundo dados do Governo, está previsto um total de 16.427 mesas de voto para estas eleições legislativas, das quais 2.606 no dia do voto antecipado em mobilidade.
As eleições legislativas decorrem em 30 de janeiro, mas os cidadãos recenseados podem votar antecipadamente, no dia 23 de janeiro, numa mesa de voto em mobilidade escolhida por si, desde que o requeiram, o que pode ser feito através do portal www.votoantecipado.mai.gov.pt, entre 16 e 20 de janeiro.
O Governo prevê que nas eleições legislativas de janeiro haja um número de cidadãos confinados semelhante ao das últimas presidenciais, cerca de 380 mil.
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