Em declarações à agência Lusa, Rui Aguiam explicou que a decisão foi tomada "em concordância" com a Câmara Municipal face "às novas medidas de controlo e mitigação da pandemia de covid-19 definidas pelo Governo e à declaração do estado de calamidade, em vigor até 20 de março".
O vice-presidente da associação Folia, que reparte com a Câmara local a responsabilidade da organização, explicou que foi decidido "não organizar qualquer evento, no Carnaval 2022, que inclui bailes de rua e o desfile carnavalesco, por não estarem reunidas as condições de segurança, em termos de saúde pública".
Conhecido como o "maior do Norte de Portugal, o Carnaval de Arcos de Valdevez atraia, até 2020, último ano em que se realizou nas ruas daquela vila do distrito de Viana do Castelo, "milhares de foliões".
"Esperamos que a decisão agora tomada seja a mais acertada, independentemente de ter sido tomada antecipadamente. Se durante o Carnaval as condições melhorarem, lamentamos a decisão, mas tinha de ser tomada. Mal ou bem, neste momento é a solução que entendemos ser a mais eficaz para a situação de saúde que a todos afeta", disse o responsável.
Rui Aguiam adiantou que "os festejos de Carnaval são preparados meses antes e que desde novembro último a associação tem estado perante o impasse de iniciar ou não a sua organização".
O responsável acrescentou "estar prevista a colocação de uma estátua de um palhaço, com quatro metros de altura, feita em esferovite e em fibra, no Campo do Trasladário, artéria onde normalmente são realizados os festejos".
"Ainda não há certeza da realização desta iniciativa para assinalar o Entrudo, por desconhecermos se estarão reunidas as condições para a instalação da estátua sem criar um motivo de aglomeração de pessoas. Não podemos cancelar os festejos e, depois, criar uma situação que potencie o ajuntamento de pessoas", explicou.
Em fevereiro de 2020, ao último desfile carnavalesco de Arcos de Valdevez, em que participaram "milhares de pessoas", juntaram-se "as comparsas da Galiza [agrupamentos carnavalescos, onde os participantes desfilam ou dançam pelas ruas, tocando uma música própria] no desfile carnavalesco de Arcos de Valdevez".
Em 2021, o Carnaval foi celebrado em formato digital, com vídeos promocionais divulgados nas redes sociais da Câmara Municipal e da associação Folia, bem como nos respeitos sítios oficiais na Internet".
Na altura, a organização incentivou os foliões a publicarem fotografias de recordações dos carnavais em que participaram.
O programa digital incluiu ainda o lançamento do documentário 18 anos de Carnaval Arcuense: O maior Carnaval do Norte de Portugal.
A covid-19 provocou 5.543.637 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.380 pessoas e foram contabilizados 1.950.620 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.
Leia Também: Covid-19: Estarreja cancela desfiles de Carnaval