João Rendeiro. PJ recupera quadro descaminhado na Bélgica
Revelaram hoje as autoridades.
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País Rendeiro
Um quadro descaminhado por João Rendeiro, antigo presidente do Banco Privado Português (BPP), foi recuperado pela Polícia Judiciária (PJ), no âmbito de inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), anunciaram as autoridades.
Com o apoio da Polícia Federal Belga, a PJ "localizou e reteve o quadro intitulado PIASKI, do artista Frank Stella, que se encontrava em exposição numa galeria de arte em Bruxelas", lê-se na nota a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
As autoridades revelam ainda que a obra tinha sido descaminhada e vendida em março de 2021, por 126.274,99 euros, através de uma leiloeira de Nova Iorque.
"Uma vez localizado o quadro em questão, mediante pedido de cooperação judiciária internacional, o Ministério Público, através do DCIAP, solicitou às autoridades belgas a formalização da sua apreensão, tendo esta Polícia Judiciária procedido à sua recolha", adianta o comunicado.
O desaparecimento de 15 quadros da coleção de Rendeiro motivou que a mulher, Maria de Jesus Rendeiro, fosse constituída arguida num processo ligado ao desaparecimento das obras de arte, das quais era fiel depositária, tendo sido sujeita a prisão domiciliária com vigilância eletrónica pelo Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, que entendeu existir perigo de fuga, perigo de perturbação do inquérito/investigação e perigo de continuação da atividade criminosa.
Maria de Jesus Rendeiro foi detida no âmbito da operação D'Arte Asas dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal e executada pela PJ.
A mulher de João Rendeiro era fiel depositária dos quadros arrestados ao ex-banqueiro, considerando o tribunal que esta sabia das falsificações e do desvio das obras.
Na altura da detenção da mulher, o antigo presidente do BPP, condenado no final de setembro de 2021 a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, estava em parte incerta após ter fugido à justiça.
Detido em 11 de dezembro na cidade de Durban, após quase três meses fugido à justiça portuguesa, João Rendeiro foi presente ao juiz Rajesh Parshotam, do tribunal de Verulam, que lhe decretou no dia 17 de dezembro a medida de coação mais gravosa, colocando-o em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Westville.
O ex-banqueiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros. Das três condenações, apenas uma já transitou em julgado e não admite mais recursos, tendo João Rendeiro de cumprir uma pena de prisão efetiva de cinco anos e oito meses.
João Rendeiro foi ainda condenado a 10 anos de prisão num segundo processo e a mais três anos e seis meses num terceiro processo, sendo que estas duas sentenças ainda não transitaram em julgado.
O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.
[Notícia atualizada às 19h30]
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