Chama-se Rita Matias e aos 23 anos é a mais jovem deputada do novo Parlamento. É, também, a única mulher deputada do Chega, integrando a lista de 12 da agora terceira força política nacional.
Rita Matias é filha do presidente do Pró-Vida e assessor de André Ventura na Assembleia da República, Manuel Matias. Antes do Chega, passou pela Juventude Popular, do CDS-PP e antes das eleições assumiu-se como antifeminista.
Hoje, numa entrevista à CNN - que entretanto viralizou nas redes sociais -, explicou por que se afirma como tal.
“Quando fiz essa afirmação foi no sentido de que muitas das vezes as necessidades das mulheres acabam por serem esquecidas neste combate em que tentam colocar o homem contra a mulher; acho que a mulher é a primeira a perder”, começa por dizer.
“Há uma injustiça no mercado laboral, que prejudica as mulheres por serem mães. Houve uma notícia recente que conta que duas mil mulheres portuguesas foram despedidas por terem sido mães. E um problema que é pouco falado: 30% das mulheres foram vitimas de violência obstétrica”, continua, reiterando que as mulheres "precisam de ser defendidas".
“Muitas das vezes o feminismo que vemos ser defendido coloca-nos nesta oposição entre homem e mulher e deixa-nos cativas de uma narrativa em que a complementaridade que pode haver entre homem e mulher é subvalorizada, e há muito mais riqueza nesta complementaridade do que em colocar os sexos em oposição”, disse ainda a única deputada mulher do Chega.
Rita Matias disse ainda que considera que faz "falta mais vozes femininas no espaço publico para defender uma outra forma de defender a mulher, numa perspectiva mais conservadora, que até então não tinham tanto espaço público”.
Joana Amaral Dias, presente na entrevista como comentadora do canal, acusou Rita Matias de ter "vergonha das ideias" do seu partido e de ser "cobarde" por não assumir "o que tem sido repetido por André Ventura e Chega", tentando passar uma imagem mais "estadista". Rita Matias disse ainda não temer ser uma bandeira do Chega por ser jovem e mulher.
Leia Também: Politólogos alertam que ascensão do Chega irá extremar comportamentos