Marcelo condecora José Cid com grau de comendador

O músico José Cid foi hoje condecorado, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, em Lisboa, com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique, anunciou a Presidência da República.

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Lusa
04/02/2022 17:11 ‧ 04/02/2022 por Lusa

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Ordem do Infante D. Henrique

 

A condecoração acontece no dia em que o músico, cantor, compositor e produtor musical completa 80 anos, como recorda a nota publicada no 'site' da Presidência da República.

José Cid nasceu em 04 de fevereiro de 1942.

Em 2019, recebeu o Grammy de Excelência Musical, da Academia Latina de Gravação, por "contribuições de significado artístico excecional para a música latina".

Fundador d'Os Babies, em 1956, uma banda de 'covers' de sucessos da época, foi com o Quarteto 1111 que "criou as bases do rock português", na década de 1960, como destacou a organização norte-americana dos chamados Grammys Latinos, dando como exemplo canções como 'A Lenda De El-Rei D. Sebastião', e o mais tardio álbum '10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte', de 1978, que definiu como 'uma obra-prima do rock progressivo".

José Cid representou Portugal em diversos festivais internacionais, designadamente em Tóquio, em 1971, na Organização Ibero-Americana de Televisão (OTI), em 1979 e 1981, e na Eurovisão, em 1980, e soma mais de 60 anos de carreira, com dezenas de álbuns e atuações regulares em festivais e concertos.

Canções como 'Uma Cabana Junto à Praia', 'Um Grande, Grande Amor', 'Uma Lágrima', '20 Anos' e 'A Minha Música' representam alguns dos seus maiores sucessos.

Em 2015, o seu álbum 'Menino Prodígio' foi distinguido com o Prémio Pedro Osório, em 2018, publicou 'Clube dos Corações Solitários do Capitão Cid' e, em 2020, recebeu o Prémio António Quadros, pela sua carreira.

No final do ano passado, regressou ao rock progressivo, com 'Vozes do Além', o seu 25.º álbum de estúdio, no qual canta poetas como Natália Correia e Sophia de Mello Breyner Andresen.

Para o verão deste ano, tem anunciada a publicação de 'Tozé Cid', álbum que materializa um projeto comum com Tozé Brito, dedicado a canções do Quarteto 1111 - de que ambos fizeram parte -, proibidas pela censura, durante a ditadura, como 'Domingo em Bidonville', 'Lisboa ano 3000' e 'João Nada'.

Numa entrevista à agência Lusa, sobre este próximo álbum, em dezembro passado, José Cid disse tratar-se de um "documento importante para a música popular portuguesa", que recupera "pop criativo, 'underground', interveniente e crítico do sistema entre 1968 e 1973".

"No final dos anos 1960, início dos 70, existiu em Portugal o grupo mais perseguido pela censura, mais maldito, mais ousado: o Quarteto 1111", recordou então José Cid enumerando temas censurados pelo Estado Novo como "Pigmentação', "o primeiro que se escreve em Portugal sobre a xenofobia", e 'Todo o mundo e ninguém', "um poema de Gil Vicente que o ['rapper' e produtor norte-americano] Jay-Z incluiu [no tema 'Marcy Me' de '4:44'] no último álbum dele".

 

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