Pandemia "com claro sinal de desaceleração da incidência" em Portugal
Há ainda "possível formação de pico de incidência", revelou o relatório ‘Monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19’.
© Reuters
País Coronavírus
A atividade epidémica do vírus SARS-CoV-2 tem uma "intensidade muito elevada, com tendência crescente a nível nacional, mas com claro sinal de desaceleração da incidência a 14 dias", segundo o relatório ‘Monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19’, divulgado esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Segundo o documento, as pessoas com o esquema vacinal completo tiveram um risco de internamento duas a cinco vezes menor do que as não vacinadas entre as pessoas infetadas em novembro. Já o risco de morte foi três a seis vezes menor entre as pessoas infetadas em dezembro.
Na população com 80 e mais anos, "a dose de reforço reduziu o risco de morte por Covid-19 para quase seis vezes em relação a quem tem o esquema vacinal primário completo”.
O número de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias foi de 7.149, o que mostra uma “tendência crescente a nível nacional e em todas as regiões”, com exceção de Lisboa e Vale do Tejo, onde a tendência é "estável".
As infeções em pessoas com 65 ou mais anos também têm apresentado uma “tendência crescente a nível nacional”. O documento revela que neste grupo etário a incidência foi de 2.238 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
Já o rácio de transmissibilidade – R(t) – apresenta valor igual ou superior a 1. A nível nacional este valor é de 1,05 e na região do Algarve, onde se registou o valor mais elevado, é de 1,13.
Portugal registou 60,7 óbitos por Covid-19 em 14 dias por um milhão de habitantes, apresentando “uma tendência crescente” e correspondendo a “uma classificação do impacto da pandemia como elevado”.
No que diz respeito ao número de pessoas internadas com Covid-19 em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), o relatório indica que se registou no continente “uma tendência estável, correspondendo a 61% (na semana anterior foi de 58%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas”.
Nos últimos sete dias, “observou-se um aumento do número de testes, para deteção de SARS-CoV-2, em especial testes rápidos de antigénio”. A proporção de testes positivos foi de 19%, um aumento face aos 18,3% da semana passada, e “encontra-se acima do limiar definido de 4%”.
A variante Ómicron (BA.1) continua dominante em Portugal e atingiu “uma frequência relativa superior a 90% no final da semana de 3 a 9 de janeiro de 2022". "A linhagem BA.2 (também classificada como Ómicron pela OMS) foi detetada pela primeira vez em amostragens aleatórias por sequenciação na semana 52 (27 de dezembro de 2021 a 2 de janeiro de 2022)", lê-se.
A sua frequência relativa "tem aumentado desde então, embora os dados de sequenciação obtidos até à semana 3 (17 a 23 de janeiro, 2022) sugiram uma circulação comunitária reduzida".
Em suma, “a análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade muito elevada, com tendência crescente a nível nacional, mas com claro sinal de desaceleração da incidência a 14 dias e possível formação de pico de incidência".
Contudo, "a pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são elevados" e, "mesmo tendo em consideração a provável menor gravidade da doença provocada pela variante Ómicron (BA.1), é expectável a manutenção do impacto na sociedade em termos de absentismo escolar e laboral e a pressão sobre todo o sistema de saúde e na mortalidade".
Recomenda-se assim "a manutenção das medidas de proteção individual e a intensificação da vacinação de reforço".
[Notícia atualizada às 22h40]
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