"O projeto está neste momento a intervir num total de 13 obstáculos nos rios Águeda e Alfusqueiro, com um conjunto de ações para restabelecer a continuidade fluvial em cerca de 34 quilómetros", adiantou à Lusa Pedro Almeida, professor da Universidade de Évora.
O projeto é coordenado por aquela Universidade, com o apoio técnico-científico do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE).
Segundo revelou Pedro Almeida, entre as ações em curso está a remoção total ou parcial de oito açudes e a construção de passagens para peixes em cinco outras estruturas.
"As passagens para peixes, cujos projetos foram desenvolvidos pela Aqualogus, serão construídas em obstáculos que não podem ser removidos por existir ainda usufruto para captação de água para abastecimento público, rega de campos agrícolas ou lazer", explicou.
No troço principal do rio Vouga, por sua vez, vai ser instalada uma estação piloto de captura de juvenis de enguia-europeia.
"Esta solução permitirá a translocação dos juvenis desta espécie que se acumulam a jusante do Aproveitamento Hidroelétrico da Grela (AHG) para habitats com melhores condições na bacia do Vouga", referiu Pedro Almeida.
A gestão sustentável das populações de peixes migradores envolve ainda duas iniciativas pioneiras: o Posto Móvel de Registo e o Selo de Origem, da responsabilidade da Docapesca.
O objetivo, disse, "é a valorização e a diferenciação de mercado do sável e lampreia-marinha capturados em território nacional e, simultaneamente, têm sido realizadas reuniões anuais com os pescadores e a administração para definir o regulamento de pesca do ano seguinte".
Por sua vez, o Município de Águeda, no distrito de Aveiro, levou a cabo ações para controlo e remoção de espécies invasoras, ao longo de 25 quilómetros do Rio Águeda, em ambas as margens.
Paralelamente, foram executadas ações de renaturalização do habitat em 15 quilómetros do rio Águeda, que envolvem "medidas de engenharia natural para estabilização de margens e taludes, e a florestação com vegetação autóctone, como carvalhos, amieiros, freixos, aveleiras".
Iniciado em 2017 e com uma duração de cinco anos, o LIFE Águeda tem um orçamento total de 3,3 milhões de euros, tendo obtido financiamento europeu através do Programa para o Ambiente e a Ação Climática.
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