O pedido de audiência seguiu na quarta-feira para a tutela na sequência da contestação gerada no referido concelho do distrito de Aveiro pelo corte massivo de pinheiros junto à costa, com base num plano a 10 anos definido pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), com o aval da Câmara Municipal de Ovar e das juntas de freguesias de Esmoriz, Cortegaça, Maceda e Ovar.
"A decisão do abate integral de todos os pinheiros-bravos numa área consideravelmente extensa do nosso município é particularmente grave, tendo em conta que o Perímetro Florestal das Dunas de Ovar constitui um 'pulmão' muito importante (...) para a neutralidade carbónica da nossa região", explica o movimento no documento enviado, a que a Lusa teve acesso.
Outros argumentos foram apontados como justificativos da necessidade de rever o plano de abate: a zona em causa "possui um papel fundamental (...) na preservação de diversas espécies da fauna e flora"; tem um "enorme potencial económico associado ao turismo ambiental e à realização de atividades de lazer e bem-estar"; e é "essencial na proteção da costa, atuando como barreira natural contra a ação do mar e dos ventos, sendo a respetiva vegetação essencial para evitar a erosão dos solos".
Com base nesses e outros aspetos, o Movimento 2030, além de solicitar a referida audiência, disponibiliza-se igualmente para acompanhar o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, numa visita aos locais sujeitos a desbaste.
O corte de 247 dos 2.584 hectares do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar está sob investigação do Ministério Público.