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Associação animal quer ficar com os cavalos da exploração em Valongo

A Intervenção e Resgate Animal (IRA) propôs à Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) alojar gratuitamente os 10 cavalos subnutridos da exploração em Valongo, mas admite, sob condições, ficar com os 83, revelou hoje à Lusa o presidente.

Associação animal quer ficar com os cavalos da exploração em Valongo
Notícias ao Minuto

18:11 - 18/02/22 por Lusa

País Valongo

A Câmara de Valongo, Brigada de Proteção Ambiental da PSP e a DGAV estão desde o início da semana a investigar uma denúncia de alegados maus-tratos na exploração de cavalos em Sampaio, na freguesia de Ermesinde, tendo sido adiada para segunda-feira a reunião prevista para hoje para definir o futuro dos animais.

"Dado o nosso conhecimento do tipo de diligências que costumam ser feitas pela DGAV, quisemos abrir uma porta mais ética, porque o que habitualmente se faz neste tipo de situações, talvez por desinteresse ou de falta de recursos, é encaminhar os animais para matadouros para serem abatidos", explicou Tomás Pires.

O dirigente da IRA explicou que a proposta tem duas vertentes, uma abrangendo apenas os 10 cavalos que aparentam estar em pior estado e outra para os 83, sendo que nas duas situações seriam transportados para o sul do Alentejo, revelou.

"O que propomos é o transporte e alojamento gratuito para o município de Valongo e para a DGAV dos 10 cavalos, supostamente os que estão em pior estado, ou a totalidade dos 83 animais. Contudo, para onde eles serão transportados e alojados só temos capacidade, sem grandes rombos financeiros, até junho, porque 83 cavalos é uma fortuna mensal em alimentação e cuidados", disse Tomás Pires.

Detalhando a proposta que seguiu por email para a DGAV, o responsável afirmou que "se forem apenas os 10 cavalos, seria gratuito por tempo indeterminado, com a salvaguarda de a DGAV, posteriormente, junto do Ministério Público, ajudar a que a IRA passe a ser o fiel depositário".

"No caso de ser a totalidade dos animais, a partir de junho a DGAV terá de suportar os custos inerentes", argumentou, esclarecendo que no caso de ficarem com os animais, o seu futuro, "consumada a reabilitação e reunidas as condições clínicas dos animais, será o da adoção".

A Lusa contactou também a DGAV sobre a investigação em curso tendo na resposta a entidade previsto que "a mesma fique concluída durante a próxima semana".

"Até lá, todos os animais presentes na exploração estão a ser alvo de acompanhamento pelo Médico Veterinário Municipal e pelos nossos serviços da região Norte, que asseguram que os mesmos estão a ser alimentados e abeberados", lê-se ainda na resposta.

Na terça-feira, em declarações à Lusa, o veterinário municipal Fernando Rodrigues relatou ter ido, juntamente com a DGAV, "verificar se havia maus-tratos a animais e se havia cadáveres de animais na exploração".

"Percorremos todo o perímetro da exploração, e fora dela, e não encontrámos animais mortos", contou.

Do que encontraram na antiga vacaria, "desativada há cerca de 15 anos e, entretanto, transformada em exploração de cavalos, recolhidos pelo país inteiro, sendo ali engordados para depois serem exportados para França para consumo humano", Fernando Rodrigues afastava o cenário de "maus-tratos a animais".

"Vimos muitos animais em mau estado, que se apresentavam subnutridos, mas o dono da exploração alegou já terem sido recolhidos assim", acrescentou o veterinário.

Garantindo terem então feito "a verificação, um a um, dos 83 cavalos que estão na exploração" e lhes ter sido "garantido alimento", Fernando Rodrigues salientou "haver, também, animais em bom estado", situação que não abona em favor dos alegados "maus-tratos a animais" com que avança a denúncia.

Foi, entretanto, nomeado um fiel depositário, familiar do proprietário dos cavalos, para garantir a sua alimentação diária, acrescentou.

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