"Em nome de Portugal, gostaria de expressar toda a minha solidariedade para com a Ucrânia e a nossa firme condenação do ato ilegítimo e ilegal da Federação Russa", declarou Augusto Santos Silva.
Numa curta declaração em inglês à entrada para a reunião organizada pela Presidência francesa sobre as relações da União Europeia (UE) e os países da região Indo-Pacífico, em Paris, Augusto Santos Silva classificou esta discussão como "muito oportuna", esperando "que seja frutuosa".
Aproveitando que alguns dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE estão em Paris, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, decidiu convocar para hoje à tarde uma reunião informal para discutir a imposição de sanções à Rússia, que decorrerá após o encontro ministerial com os países da região Indo-Pacífico, prevendo-se o início para as 16:00 (hora local, menos uma hora em Lisboa).
Para o final do dia, está marcada uma reunião dos embaixadores dos Estados-membros junto da UE, para o aval final a este pacote de sanções.
Fontes europeias avançaram à agência Lusa que as sanções sobre a mesa abrangem 27 entidades e membros do parlamento russo (Duma), bem como o congelamento de bens de bancos privados russos e restrições económicas às regiões separatistas.
As fontes europeias indicaram à Lusa que o "primeiro pacote de medidas restritivas foi apresentado hoje em COREPER II [Comité de Representantes Permanentes dos Governos dos Estados-Membros da União Europeia]", abrangendo uma "lista de 27 entidades", bem como "nomes de membros da Duma", a câmara baixa da Assembleia Federal da Rússia (parlamento), num total de cerca de 350.
As mesmas fontes especificaram que, no que toca às sanções financeiras, "a Comissão Europeia irá propor restrições às relações económicas da UE com as duas regiões" separatistas, de Donetsk e Lugansk, estando ainda previsto o "congelamento de bens de dois bancos privados russos".
Estas sanções -- que ainda terão de ser aprovadas pelos Estados-membros -- surgem após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as regiões separatistas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste), e de ter ordenado a entrada das forças armadas russas naqueles territórios ucranianos numa missão de "manutenção da paz".
Em 2014, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia, depois da queda do Governo pró-russo em Kiev, e elaborou um referendo sobre o regresso do território à Federação Russa. Desde então, Kiev está em conflito com separatistas pró-russos no leste do país.
A guerra no leste da Ucrânia entre as forças de Kiev e separatistas pró-Rússia fizeram até ao momento mais de 14 mil mortos, de acordo com as Nações Unidas.
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