Ministério Público avança para arresto de bens nas casas de Manuel Pinho

O arresto estará a ser levado a cabo na quinta, em Braga, onde o antigo ministro se encontra em prisão domiciliária.

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Notícias ao Minuto com Lusa
23/02/2022 12:16 ‧ 23/02/2022 por Notícias ao Minuto com Lusa

País

Manuel Pinho

O Ministério Público avançou, esta manhã, para o arresto provisório de bens nas casas de Manuel Pinho, no âmbito do processo EDP, noticia a CNN.

O arresto estará a ser levado a cabo na quinta, em Braga, onde o antigo ministro se encontra em prisão domiciliária. Estão, ainda, a ser apreendidos bens no Porto e em Albufeira.

A operação em curso nas zonas de Braga, Porto e Albufeira está a ser coordenada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), com o apoio da Direção de Investigação Criminal da GNR (Equipas de Inspeção Judiciária e Digital Forense), do Departamento de Investigação Criminal da Direção Nacional da PSP e do Comando Distrital do Porto da PSP.

"As diligências visam a recolha de novas provas, bem como de instrumentos, produtos e vantagem dos crimes em investigação, entre os quais, os de corrupção passiva para ato ilícito por titular de cargo político com vantagem de valor consideravelmente elevado, de participação económica em negócio também por titular de cargo político e branqueamento", pode ler-se na nota hoje no 'site' da Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com o MP, a prática de parte dos factos que estão a ser investigados neste processo pelo antigo governante "terá causado ao Estado um prejuízo de 1,2 mil milhões de euros, sendo que, do Grupo Espírito Santo, terá recebido indevidamente, pelo menos, 1 milhão e 265 mil euros".

Paralelamente, Manuel Pinho terá "obtido ainda outras vantagens no valor total cerca de 5 milhões de euros" até junho de 2012.

O arresto foi requerido pelo Ministério Público e autorizado pelo juiz Carlos Alexandre, sendo que este já tinha decidido arrestar a pensão de Manuel Pinho

O juiz Carlos Alexandre arrestou a pensão de 15 mil euros de Manuel Pinho, assim como, provisoriamente, três imóveis em nome do ex-ministro e outros dez que estão em nome da sua mulher. Pinho ficou, assim, a viver com 2.115 euros mensais declarados.

Manuel Pinho foi constituído arguido no âmbito do caso EDP no verão de 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo. No processo EDP/CMEC, o Ministério Público (MP) imputa aos antigos administradores António Mexia e Manso Neto, em coautoria, quatro crimes de corrupção ativa e um crime de participação económica em negócio.

O caso está relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) no qual Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o MP, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade.

O processo tem ainda como arguidos o administrador da REN e antigo consultor de Manuel Pinho João Conceição, Artur Trindade, ex-secretário de Estado da Energia, Pedro Furtado, responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas, e o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado.

[Notícia atualizada às 12h26]

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