"Considerando que temos 91% da população vacinada, vamos passar a vacinação para os centros de saúde concelhios", afirmou o diretor regional de Saúde, Herberto Jesus, em conferência de imprensa no Funchal.
Herberto Jesus adiantou que, a partir de 05 de março, a vacinação deixa de ser feita nos centros de vacinação para passar a ser efetuada nos centros de saúde através de agendamento prévio.
De acordo com a secretaria regional da Saúde, o centro de saúde no Funchal - o principal e mais populoso concelho da Madeira - que estará a vacinar a população será o do Bom Jesus.
Nos restantes concelhos, serão as unidades com maior capacidade a vacinar a população.
O diretor regional da Saúde indicou que o arquipélago regista, atualmente, 91% da população com a vacinação iniciada, 90% com a vacinação primária completa e 47% dos madeirenses têm a dose de reforço.
Herberto Jesus referiu também que, atualmente, no Centro de Vacinação do Funchal, no Tecnopolo, são administradas uma média de 100 a 200 vacinas diárias, sendo que o número máximo foi 4.371 doses em 01 de agosto do ano passado.
Fazendo um balanço do processo de vacinação no arquipélago (com cerca de 250 mil habitantes), que teve início em 31 de dezembro de 2020, o responsável destacou que já foram administradas "praticamente 520.000 vacinas" e a filosofia foi "não deixar ninguém para trás".
Por outro lado, conforme salientou o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, o processo de vacinação das crianças entre os cinco e os 11 anos está a ser "lento".
Pedro Ramos recordou que a Madeira adquiriu as vacinas pediátricas necessárias para vacinar toda a população desta faixa etária, lamentando que, neste momento, apenas 34% tem a vacinação iniciada e 25% completa.
A região irá, assim, devolver 14.000 vacinas pediátricas "para que estas não se percam".
Questionado se o Governo da Madeira (coligação PSD/CDS-PP) desistiu da vacinação deste escalão etário, o governante respondeu: "naturalmente nós não desistimos das vacinas das crianças, apenas não podemos é perder vacinas e, naturalmente, como a velocidade de vacinação é lenta, já fizemos os cálculos para o 'stock' que temos de vacinas e preferimos enviar essas para o continente".
Sobre o fim da obrigatoriedade do uso de máscara na via pública, Pedro Ramos não avançou com qualquer previsão, dizendo apenas que a situação está a ser analisada e que o Governo Regional está a preparar novas medidas que entrarão em vigor a partir de março.
Em 07 de fevereiro, o presidente do executivo insular, Miguel Albuquerque (PSD), indicou que o governo ponderava terminar com a obrigatoriedade do uso de máscara em espaços exteriores até ao final deste mês.
Em 01 de fevereiro, o Governo da Madeira determinou, entre outras medidas, o fim da testagem massiva semanal gratuita, passando a ser exigido apenas certificado de vacinação completa (três doses) ou de recuperação da doença para aceder à maioria dos recintos públicos e privados e também para entrar no território da região autónoma.
Em caso de vacinação incompleta, o cidadão terá de apresentar teste rápido de antigénio pago pelo próprio.
Os testes rápidos antigénio continuam gratuitos somente para quem apresentar sintomas de covid-19, nomeadamente febre superior a 38º.
Na sequência das novas medidas, o executivo madeirense anunciou que passa a divulgar o boletim epidemiológico uma vez por mês, limitando o boletim diário ao número de internamentos hospitalares, internamentos em unidades covid-19 e em unidades de cuidados intensivos e número de óbitos.
Segundo o secretário regional da Saúde, estão hoje internados 71 doentes com covid-19, um dos quais na unidade de cuidados intensivos.
A covid-19 provocou pelo menos 5.892.084 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 20.894 pessoas e foram contabilizados 3.206.281 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
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