Nesta visita técnica aos terrenos que irão acolher este evento religioso, que abrangem parte dos concelhos de Lisboa e Loures, participaram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o novo embaixador junto da Santa Sé, Domingos Fezas Vital, os presidentes das Câmaras de Lisboa (Carlos Moedas) e de Loures (Ricardo Leão) e o coordenador do grupo de projeto para a JML, José Sá Fernandes.
A visita serviu, essencialmente, segundo explicou aos jornalistas o Presidente da República, para que o novo embaixador de Portugal junto da Santa Sé conhecesse a natureza dos trabalhos, uma vez que "dentro de dias irá apresentar credenciais ao papa", que deverá marcar presença na JML, pelo que um dos temas abordados será aquele evento.
Numa altura em que ainda não existem trabalhos no terreno, o enfoque da visita foi o local onde será instalado o altar e também o caminho que o papa Francisco terá de percorrer para contactar com todos os fiéis que participarem no evento.
O altar será colocado em terrenos na freguesia do Parque das Nações, Lisboa, onde se localizou o aterro de Beirolas, desativada há 24 anos, e que, segundo o coordenador do Grupo de Projeto para a JMJ 2023, José Sá Fernandes, "estão consolidados" e apresentam "todas as condições para acolher um grande número de pessoas".
"Existe um relatório que foi elaborado pelos melhores especialistas, nomeadamente do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil)", informou.
Por seu turno, no final da visita, em declarações aos jornalistas, tanto o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), como o de Loures, Ricardo Leão (PS), perspetivaram que as obras arranquem durante o mês de março e sublinharam a importância da JML para a requalificação paisagística daquela zona ribeirinha, que abrange os dois municípios.
"Nós estamos já a abrir todos os concursos e estamos à espera. Eu penso que no próximo mês as máquinas se vão mobilizar e vamos conseguir rapidamente. Já temos as equipas prontas", afirmou Carlos Moedas, assegurando que todos os prazos serão cumpridos.
Sobre a importância da intervenção que irá decorrer na zona Oriental da cidade de Lisboa e em parte do território do município de Loures, o autarca social-democrata deu o exemplo do que aconteceu com a Expo'98.
"Conseguimos mudar a cidade e criar essa sustentabilidade para o futuro. Nós vamos ter a capacidade de mudar aqui esta área, de uma forma sustentável e tratável", apontou.
No mesmo sentido, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, destacou a importância da intervenção na valorização daquele território e no aproveitamento da frente ribeirinha, uma vez que a realização da JML vai obrigar à retirada de parte dos contentores do Complexo Logístico da Bobadela.
"Este território era de Loures e ficámos sem ele. Ficámos sem este território, mas sobretudo ficámos sem uma frente ribeirinha digna desse nome. A única frente ribeirinha que o concelho de Loures tem é toda esta frente que vai de Sacavém a Santa Iria de Azoia. Os contentores eram uma barreira. As Jornadas Mundiais da Juventude já permitiram que toda aquela população pudesse finalmente ter acesso à sua frente ribeirinha e ao rio", sublinhou.
A intervenção nos terrenos que acolhem a JML prevê a criação de espaços verdes e a construção de duas pontes para ligar a zona ribeirinha dos dois concelhos, assim como o aproveitamento das águas pluviais e residuais para a rega e lavagem das estradas.
"Já ninguém aceita que a rega e as lavagens da rua sejam feitas com a água que nós bebemos", apontou o autarca de Loures.
A JMJ é o maior evento organizado pela Igreja Católica, tendo o anúncio da escolha de Lisboa para receber esta edição sido feito em 27 de janeiro de 2019, na Cidade do Panamá.
Inicialmente prevista para agosto de 2022, a pandemia de covid-19 determinou o adiamento da JMJ um ano.
Portugal será o segundo país lusófono, depois do Brasil, a acolher uma Jornada Mundial da Juventude, criada em 1985 pelo papa João Paulo II (1920-2005).
O papa Francisco é esperado em Portugal, no verão de 2023, para o encerramento da JMJ.
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